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Já fomos presenteados com dois outros excelentes trabalhos do Uganga, Opressor (2014)Manifesto Serrado (Documentário/2017) aqui no RockBreja, e, ainda me lembro que em minha resenha do Opressor, fiz o seguinte comentário: “Adorei o som da banda e espero ver algum show deles o quanto antes, pra sentir esta energia ao vivo e à cores.” E não é que consegui! Consegui ver e ouvir todo aquele peso, toda aquela massa sonora ao vivo!
Esta minha previsão de ver a banda ao vivo foi realizada no incrível festival Pernambucano Abril Pro Rock´2018.
Vi bandas incríveis lá, bandas regionais não tão famosas mas que mandaram muito bem e outras com porte bem maior e com o já habitual conhecimento do público.

E no meio de toda essa miscelânea musical que é o Abril Pro Rock estava o Uganga pra minha felicidade!
Fiz questão de assistir ao show na grade, ou como costuma-se dizer: “na fila do gargarejo!”
Confesso: que som! que energia! que banda!

A interação com o público, as 3 guitarras com seus riffs, o baixo “cavucado“… a bateria martelando pratos e tambores… Manu Joker com sua voz grave e rasgada agitando o público… enfim… show perfeito!!!

Aliás, fiz a resenha desta segunda noite do festival e quem se interessar pode acessá-la AQUI.
Bom, só queria deixar registrado aqui o quanto fiquei feliz de ter conseguido vê-los e o quanto eu estava certo de que a banda realmente é um trator sonoro ao vivo!

Mas… voltando a resenha… é muito fácil resenhar um trabalho do Uganga, justamente porque sempre encontramos ótimos riffs, melodias incríveis e temos na voz de Manu Joker um estilo mais “falado”, declamando as letras e que é uma das marcas que identificam a banda no meio de tantas outras.

Costumo dizer que um disco é bom quando ouvimos todo, do começo ao fim sem pular uma faixa se quer. E isso acontece facinho com este disco, porém vamos fazer um pouco diferente, ao invés de citar faixa a faixa e elogiá-las incansavelmente neste novo trabalho que ouvi várias e várias vezes, posso citar as que menos gostei e que foram apenas duas, lembrando que é pura e somente uma questão de gosto e não de qualidade, são elas:

Dawn, a única faixa do disco em inglês e soa bem melancolicamente, tendo apenas 1 minuto e 40 segundos, E.L.A. que tem um “beat box“. Nelas achei muito experimental o que ficou bem diferente das demais, caminharam num território diferente do habitual.

E a faixa que mais me agradou foi a faixa título, Servus, merece ser a número 1 do disco. Existe um videoclipe para a música Servus, 7 Dedos e Lobotomia.

O que realmente gosto no Uganga é o jeito peculiar de como um thrash metal/crossover/hardcore consegue ser bem cantado em português, isso realmente me enche de orgulho.

Vale lembrar que este disco, também foi financiado pelas entidades Wacken Foundation e também pelo PMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) de Uberlândia, triângulo mineiro, origem da banda.

 

ARTE
Eis aqui a “cereja do bolo“: uma capa incrível, tanto do ponto de vista do design quanto em significados, retratando a espiritualidade com diversos simbolismos (um feiticeiro com pintura Kayapó usa colares budistas e umbandistas, a luz de sua testa é referência à Raja do Hinduísmo, etc).

Esta capa retrata também um Brasil futuro, sem detalhar quando especificamente.
A intenção é se espelhar no momento atual da humanidade e com o ciclo da vida no Hinduísmo, as idades do ouro, prata, bronze e ferro.
Atualmente estaríamos na idade do ferro, o fundo do poço, antes da renovação, do renascimento, e a capa retrata, justamente, a idade do ouro, em tempos pós caos, uma época de luz, paz e sabedoria. É, na verdade, uma fusão de símbolos, sentimentos e energias.

Concebida por Wandell Araújo, renomado artista Pernambucano que ja trabalhou com Ratos de Porão, Cólera e etc, a capa de Servus é realmente um espetáculo à parte.

 

NO GERAL
Lembrando que tem um cover da banda Lobotomia, com a música de mesmo nome e regravação de Couro Cru, do disco Atitude Lótus.

Após a gravação do disco e antes de seu lançamento saiu Maurício “Murcego” Pergentino e entrou Lucas “Carcaça” Simon e, depois do lançamento teve outra baixa com a saída do guitarrista Thiago Soragi, voltando o Uganga a ser um quinteto.

Temos na produção Manu Joker e Gustavo Vazquez.
Gravado no estúdio Rock Lab Goiânia/GO e as músicas Dawn e E.L.A. no mundo da Lua Estúdio Araguaia/MG.

Oficialmente foi lançado no dia 29/03/2019 em um evento para jornalista e convidados no Espaço Som em São Paulo.
Lembramos que a banda totaliza assim 4 discos de estúdio e 1 ao vivo.

9 Brejas bem geladas pra esta banda incrível que é o Uganga!

 

Formação
Thiago Soaragi – Guitarra
Marco Henriques – Bateria
Murcego González – Guitarra e Voz
Christian Franco – Guitarra
Manu Joker – Voz
Ras Franco – Baixo e Voz

Track List
1 – Anno Domini
2 – Servus
3 – Medo
4 – O Abismo
5 – Dawn
6 – Hienas
7 – 7 Dedos (Seu Fim)
8 – Couro Cru
9 – Imerso
10 – Lobotomia (Lobotomia cover)
11 – Fim de Festa
12 – E.L.A.
13 – Depois de Hoje…

NOTA:    09/10

By Alex Silva

Headbanger desde que se conhece por gente, Design Gráfico de formação, fissurado por discos de vinil de bandas de hard/rock/metal/punk nacional dos anos 80/90´s, no entanto um apreciador de uma boa música, independente de estilos.

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