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Nos dias 27 e 28 de abril tivemos a 26ª edição do Festival Abril Pro Rock que ocorre anualmente, desde 1993, aqui no Recife.

Este ano, diferentemente do ano passado, que foi realizado no Classic Hall, ocorreu no Baile Perfumado e foi divididos da seguinte forma: dia 27/04 com 5 bandas e no dia 28/04 com 10 bandas e um cast um pouco mais pesado do que no dia anterior. Este, é um dos mais tradicionais festivais de música em atividade na América Latina!

Faremos aqui um breve resumo da apresentação das bandas bem como o que mais chamou a atenção neste festival.

As bandas
AUTOPSE/AL
Infelizmente, por compromissos particulares, não pude ver a banda ao vivo, mas sei que mandaram muito bem pois os comentários nas redes sociais estão à favor da banda. Então só me resta registrar meu pedido de desculpas!

MATAKABRA/PE
Cheguei no Baile Perfumado e o som do Matakabra ja estava rolando, logo corri para a grade de onde não desgrudei mais e pude perceber o quão longe estes caras vão. Principalmente em se tratando de um estilo que não é tão comum assim: Death Metal.
Por ser a segunda banda, ainda havia poucas pessoas no local, porém nem por isso a galera deixou a energia de lado, pelo contrário, o que rolou foi uma vibe animal e em quase todas as músicas haviam as famosas rodas de headbangers.
Além dos detalhes ja citados, outros pontos altos do show foram as participação de um ex-membro da banda, na guitarra, e do vocalista da banda André Arcelino (da banda Hanagorik que participaria do festival, porém sua apresentação foi cancelada por problemas de saúde do guitarrista e fundados Tuca Araujo), nos vocais. Cada um participou em uma música diferente.

HEAVENLESS/RN
Este power trio Norte-rio-grandenses, ou Potiguares, com o seu metal extremo, com tons obscuros e macabros (a começar pelo esqueleto de cabeça de um boi imenso em frente a bateria!) não deixou a galera parada um minuto se quer. A todo momento abria-se uma roda, a galera cantando junto. Tudo isso somado à força que esta banda tem, resultou na presença deles neste festival que é referência, e objetivo, para muita banda que ja está na estrada, porém que ainda não conseguiu seu lugar ao sol. Diferentemente dos caras do Heavenless que poderão dizer: “-Ja estive no Abril Pro Rock e deixamos nossa marca nele!“.
Ponto alto do show foi quando o guitarrista Vinicius Martins deu um mosh absolutamente insano e a galera curtiu muito.

ARMORED DAWN/SP
Banda formada em 2014 vindo de São Paulo com uma mistura muito bem equilibrada de metal tradicional com um metal mais pesado a banda agradou e muito aos presentes no evento. Todos cantando suas músicas e o vocalista Eduardo Parras sempre interagindo com a galera.

DAMN YOUTH/CE
Banda que acabou por substituir os Pernambucanos do Hanagorik, como ja informamos, eles tiveram seu show cancelado por um problema de saúde do fundador e guitarrista Tuca Araujo.
Excelente banda de thrash metal que agitou a galera de uma forma incrível e bem peculiar. Também teve roda e um ponto peculiar foi quando um fã, correu pelo lado do palco, passou pela bateria e na frente do palco, deu um mosh pro lado do público. Pois bem, esta é a energia da galera curtindo um bom e verdadeiro thash.

NOTURNALL/SP
Grande banda, com excelentes músicos mas penso que deveriam fazer músicas menos complexas e mais simples. Por muitas vezes o som fica confuso. O som que digo, não o som dos equipamentos, este por sinal estava excelente e parabenizo a organização por tal, mas me refiro ao som que a banda faz.
Bom, o ponto alto do show foi a participação mais que especial de nada mais nada menos de Alírio Netto, que cantou dois covers: o primeiro com Show Must Go On do maravilhoso Queen e I Want Out do Helloween, este com dueto de Thiago Bianchi.
A galera curtiu demais estas duas músicas, tanto é que Thiago Bianchi comentou que a galera acordou somente quando tocaram estas duas.

UGANGA/MG
Triângulo Mineiro na área! Som pesado, dizem até que são Crossover, adrenalina a mil, muita energia é o que esta banda, que está estreando no festival com chave de ouro, tem à nos oferecer.
Teve de tudo neste show: músicas de seu primeiro disco, Opressor, músicas do próximo disco, Invictus e teve até um cover do Sepultura, Troops of Doom. Podemos considerar que este foi o ponto alto do show dos caras. Até porque o vocalista Manu “Joker” comentou que escolheu este cover “à dedo” pra galera do festival.
Recado dado, é hora da próxima atração.

MOONSPELL/POR
Esta era uma grande banda e muito aguardada pelo público do festival. Os portugueses do Moonspell, pelo que pude entender, tocou na íntegra seu álbum intitulado “1755“, mais algumas músicas de sua vasta carreira.
Com o seu metal teatral, além de suas canções mais compassadas, conquistaram o público de uma forma incrível.
Além de várias performances entre o vocalista (que usava por vez máscara, por vez, chapéu, por vez capa, etc) e o tecladista (que tinha um teclado “a la” Fantasma da Ópera, assemelhando-se à um órgão com vários tubos).
Ponto alto deste show, além foi para o cover de “Lanterna dos Afogados” dos Paralamas do Sucesso. Para os que não conhecem a banda, se surpreenderam quando tocaram este cover.

DECOMPOSED GOD/PE
Banda Pernambucana de Death Metal veio pro festival pra comemorar 27 anos de muito peso.
Destaque para a voz gutural e ímpar do vocalista Luiz Boeckmann que por várias vezes interagiu com a platéia que estava ensandecida pelo peso dos cara. Muita vibração e energia fluindo pelos poros dos presentes no evento, além é claro, das sempre presentes rodas.

IMMOLATION/EUA
E pra finalizar, juntamente com Moonspell, a segunda grande banda e grandemente esperada pelo público. Só pra registrar, entre uma banda e outra praticamente não havia intervalo, porém com o Immolation a coisa mudou um pouco de figura, pois demoraram um pouco para acertarem o som da bateria.
Show iniciado por volta de 01:20 h., pedrada na orelha do começo ao fim. Com um Death Metal nervoso praticamente não havia intervalo entre uma música e outra e o discurso do vocalista/baixista Ross Dolan praticamente resumia-se a “Thank You Recife” e “Mother Fucker“.
O que pude perceber foi uma situação um tanto delicada: uma banda com o porte do Immortal, fechando um festival como o porte do Abril Pro Rock, pude perceber não sei se pelo horário ou por algum outro motivo que não consegui identificar: a galera presente parecia não entrar na vibe do som da banda, não haviam batidas de cabeças, não havia nenhum estímulo por parte da platéia, as pessoas estavam curtindo o show de “braços cruzados”, não havia nem roda. Uma pena! Mas tudo bem, a banda é boa e o festival foi excelente

Merchandising
Participo do festival há apenas 3 anos, e o que gosto muito nele é a variedade de coisas que podemos encontrar além da música.
Me refiro aos stands contendo um vasto material tanto das bandas quanto diversos (patchs, discos de vinil, CD´s, camisetas, blusas, anéis, bottoms dentre outros sounenirs). Eu realmente adoro isso!

Também achei bacana, novamente, a Cerveja do evento, artesanal, em parceria com a cervejaria Capunga, já que nos anos anteriores também tiveram edições comemorativas.

Cerveja Abril Pro Rock / Estilo: American Lager

E não podemos deixar de ressaltar sobre o livro “Pesado – Origem e consolidação do metal em Pernambuco“, do jornalista Wilfred Gadêlha.

No geral
Bom, podemos dizer que o evento foi muito bem distribuído nas duas noites com 5 bandas no primeiro dia e 10 no segundo.
A equipe técnica também está de parabéns pois ouvíamos tudo o que se falava nos microfones. É claro, sempre tem um ou outro probleminha mas nada que precise ser ressaltado aqui.
Como esta edição foi 100% dedicada ao Rock, só foi dividido no rock mais pesado para o segundo dia.
O Line Up também foi excelente, inclusive tendo bandas do próprio estado, representando a casa.

O evento contribuiu para um ambiente descontraído, podendo encontrar seus ídolos andando no meio do público e, é claro, podendo rolar uma conversa, um autógrafo, fotos e etc.

Nas redes sociais do evento havia uma chamada muito importante para as bandas que é a seguinte:
Se você tem banda e tá na guerra, hoje é a oportunidade de fazer aquele contato certeiro. Todos os anos, produtores dos principais festivais e encontros de música do país circulam entre os nossos palcos, abertos às novidades. Só como exemplo, neste ano, estamos recebendo Laura e Liziane do METAL MANIACS MEETING (Santa Catarina), Amaudson do FORCAOS (Fortaleza) e Leo Razuk do Goiânia Noise Festival. Isso claro, além da chance de entregar seu material em nosso stand, trocar uma ideia com a gente ou ter um contato direto com as bandas que tocam aqui. Porque é muito fácil esbarrar nos músicos que costumar circular antes ou depois dos seus shows. Tá dado o recado. Agora é contigo! INGRESSO NA HORA, TEM!

Para justificar o título deste post, gostaria de dizer, que sob a minha ótica, por ser um evento grande, com grandes bandas este ano as bandas menores fizeram a diferença. Ressalto que bandas como Matakabra, com o seu Death Metal mostrou porque veio ao festival, Dawn Youth com seu Thrash Metal possuem uma energia incrível no palco e Uganga com seu Crossover cantado em português não deixou ninguém parado e mostrou a energia do triângulo Mineiro. Ou seja, as pequenas bandas fizeram por merecer e por isso são destaques aqui!

Também gostei dos covers: Show Must Go On (Queen), I Want Out (Helloween), Troops of Doom (Sepultura) e Lanterna dos Afogados (Paralamas do Sucesso).

Uma coisa é certa: todas as bandas querem tocar no Abril Pro Rock, então se sua banda ainda não tocou, faça por merecer!

Agradecimentos: Tenho que sacramentar aqui e agradecer ao Paulo André, pelo espetacular trabalho que começou lá trás, em 1993, Maria Helena que, gentilmente, orquestrou toda a parte burocrática para nos presentear com a minha liberação neste evento, ja que fiz aniversário dia 10/04 passado e também à produtora Renata Farias que, com muita atenção e carinho, me desejou boas vindas ao festival.

Obrigado à todos os envolvidos e até o ano que vem!

By Alex Silva

Headbanger desde que se conhece por gente, Design Gráfico de formação, fissurado por discos de vinil de bandas de hard/rock/metal/punk nacional dos anos 80/90´s, no entanto um apreciador de uma boa música, independente de estilos.

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