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A espera foi necessária e fundamental pra gente ter um material primoroso e de primeira nas mãos!

A banda não parou por um tempo, o que teve foram alguns hiatos necessários pra banda estar no patamar e amadurecimento que está hoje!
Estamos nos referindo à banda Godhound que iniciou sua atividades no final de 2010 com os irmãos Victor e Kael Freire em Natal e depois, num segundo momento, e Mossoró/RN e que em 2022, ainda em pandemia, nos presenteia com um disco incrível: Refueled!

Os Potiguares antes de lançarem este álbum completo, lançaram outros dois EP´s, um lançado em 2012 (Godhound) e outro em 2013 (God above…Hound on the Road).

Apesar da banda ter mais de 10 anos, não tem uma história muito longa, pois ela foi sempre cheias de idas e vindas de integrantes, principalmente porque cada um tratou de priorizar e cuidar de suas carreiras pessoais em 2013, ja que não viviam exclusivamente de música.

O Retorno foi em 2018 e de lá pra cá, com muita calma e paciência conseguiram lançar o disco.

O nome, segundo o próprio Victor Azevedo revela: “É fruto da falta de paciência“, isso porque depois dos ensaios ficavam tentando um nome mas nunca saia algo interessante e num desses devaneios surgiu God and Guns (Lynyrd Skynyrd) + Hound (cão de caça, aquele cão mais parrudo!)… e veio Godhound!

Oficialmente, o novo disco foi criado em 2019, com novas composições, temas mais atuais e tudo mais, porém vale lembrar que, extra oficial, e mais precisamente em 2014 a banda já tinham algumas ideias e composições e que algumas poucas destas sofreram uma repaginada digamos assim, ja que a vibe daquela época era outra.

Com relação à sonoridade da banda, pelo histórico nas entrevistas, no início a ideia era fazer um som “stoner rock” tipo Foo Fighters ou Hellacopters mais isso logo caiu por terra pois as influências de metal dos irmãos Freire logo se mostraram nas composições autorais.
E percebemos essa evolução natural desde o primeiro EP, que é mais Rock´n Roll, o segundo é mais Blues (Robert Cray e Joe Bonamassa) e o Refueled é a junção destes dois acrescido do peso do rock com o metal clássico, ou simplesmente um Rock´n Roll pesado com Blues.

Contudo o processo para a gravação deste disco foi mais profissional, inclusive por terem sessões de composição (Lambersond Studios), ou seja, teve Demo, Pré-produção, teve o que deveria ter por direito, tudo certinho e bem redondo.

O 1o Single/videoclipe foi feito, a princípio, para as famosas “Lives“, online e a escolhida foi Deathmask Trucker com a participação de Jimmy London que gravou os vocais à distância também.
Nesta faixa, é nítida a influência do Motorhead, mais precisamente na pessoa de Lemmy Kilmister.

O disco foi fechado em 2020, ano em que a pandemia estava pegando! Eles compunham à distância, isso impedia os membros de tocá-las todos juntos e a preocupação da banda era saber como as músicas de estúdio soariam ao vivo, se o público iria curtir e tal.

O que eles querem mostrar com o disco é uma sonoridade da banda na atualidade, retratando o momento atual e o amanhã, provavelmente, o próximo disco sofrerá influências da atualidade naquele momento. Se vai ser Rock, Blues, Metal, não sabem ainda! O momento futuro, quando acontecer, é quem irá direcionar isso!

Algumas faixas que nos chamam a atenção são:

Gravestone, primeira faixa do disco com uma intro de uns 20 segundos, segura a pedrada de guitarras em um rockão puro, por vezes se misturando a um Hard Rock com vocais a la Gene Simmons e o andamento muda para algo tipo Running Free. Também não podemos deixar de registrar aqui que ela também tem uma influência direta de Jethro Tull, mais especificamente Aqualung, acompanhe a letra que você vai entender o que estou querendo dizer!;

Warriors tem uma passagem que parece um ensaio em garagem, o som fica “cru” mas nem por isso a devemos desmerecê-la, pelo contrário, isso a valorizou e muito. Esta, incrivelmente, foi baseada no clássico filme Warrios – Os Selvagens da Noite! Para quem não viu este filme veja o mais rápido possível, não vão se arrepender!;

A quarta e sexta faixas, Jack The Lumber e Rockin´ Spirit respectivamente, lembram em alguns momentos a grande banda AC/DC;

Takeover, a faixa que fecha o disco, que pra mim é a melhor faixa do disco, é a música mais antiga e por esse motivo foi necessário sofrer uma repaginada com novos elementos e, literalmente, é a música mais Motorhead do disco!

No geral, todos os instrumentos estão muito bem gravados, tudo muito limpo e podemos dizer que as músicas são muito parecidas entre sí, com seu rockão acrescido de pitadas de hard rock em alguns momentos, blues em outros e tudo isso nada mais é que a identidade da banda aflorando em suas composições.

 

Arte
O CD físico é no famoso formato Digipack, com letras, fotos e todas as informações técnicas necessárias pro fã apreciar.

A capa foi feita por Wildner Lima, designer, ilustrador e tudo mais que ja trabalhou para bandas de renome como Kiss, Motley Crüe, Angra.
A intenção da banda é de sempre criar algo icônico, como foi desde o início com os EP´s.
Após verem o rascunho, pediram para adicionar alguns elementos que remetessem à cultura nordestina, como os Carcarás (ave de rapina nordestina), carcaça de boi, adornada por joias (os cangaceiros andavam adornados), as cores remetendo às artes sacras, ou seja, uma arte realmente incrível porém percebi algo que, pra mim, é muito importante: como a capa tem muitos detalhes, não a vejam tão de perto pois estes detalhes poderão se misturar e talvez nos cegar a ponto de não conseguirmos apreciar a beleza dela como um todo!

E para os saudosistas de plantão, assim como eu, o disco tem apenas 8 faixas e uma das possíveis explicações para isso é que há uma enorme intenção de lançarem no formato Vinil!!! Mas é claro que isso depende de vários fatores, ja que o material para este formato não é barato!

No Geral
O que a banda tem para o futuro? É divulgar pra mais lugares fora do eixo Nordeste, como o Sul e Sudeste e a previsão é que a banda participe de mais dois eventos fortalecendo a tour de divulgação, nos meses de Junho/2023 e a outra em Setembro/2023.

Tem muita coisa da banda nas redes sociais, tais como ensaios, gravações, faixa a faixa, videoclipes, etc e tem um item interessantíssimo, que a banda participou, que acabei descobrindo meio que sem querer:
A banda participa de um CD duplo da Secret Service Records, intitulado The Best Noise Ever… Tribute to 80’s – The Brazilian Metal, com 31 bandas brasileiras fazendo versões Metal de clássicos Pop dos anos 80, um trabalho incrível e matador, com bandas de renome tais como Terra Prima (também do Nordeste), Insanity, Genocídio, Orquídea Negra, Hellish War só pra citar algumas e Godhound registra uma releitura matadora de um clássico de Phil Collins, Easy Lover! Galera, deem uma garimpada e vão atrás deste material, é coisa de primeira e vocês não vão se arrepender!

Por fim gostaria de deixar uma mensagem pra quem diz que roqueiro é tudo vagabundo e coisas do tipo: A exemplo dessa grande banda, Godhound, os integrantes se preocuparam muito, mas muito mesmo em estudar, Victor fez Mestrado e Doutorado, seu irmão Kael fez residência e por aí vai…
A constante preocupação com as músicas em como as mesmas soariam ao vivo, ja que no estúdio estavam matadoras era algo predominante entre os integrantes e também sempre se preocuparam em produzir o melhor para os fãs onde quer que estavam, seja em Natal, Mossoró, Rio de Janeiro, Florianópolis, então tem muito roqueiro estudioso sim, preocupado com o que produzem, com o que entregam, e isso pra calar a boca de muita gente! Não se pode generalizar! Pronto, desabafo feito!

Vão levar 8 brejas extremamente geladas pra lembrarmos de cada uma das 8 faixas e do promissor lançamento em vinil!

Músicas
01 – Gravestone
02 – Diesel Burner
03 – Warriors
04 – Jack The Lumber
05 – Deathmask Trucker
06 – Rockin´ Spirit
07 – Open Letter
08 – Takeover

 

Formação
Kael Freire – Voz e Baixo
Victor Freire – Guitarra e Voz
Vitor Assmann – Guitarra
Lazaro Fabricio – Bateria

NOTA:  08/10

By Alex Silva

Headbanger desde que se conhece por gente, Design Gráfico de formação, fissurado por discos de vinil de bandas de hard/rock/metal/punk nacional dos anos 80/90´s, no entanto um apreciador de uma boa música, independente de estilos.

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