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Foto: E. Trauer

E o nosso primeiro RockBreja + Prosa de 2015 e décima sexta edição vem em notas afiadas!

Conversamos com o professor, cantor, pesquisador, produtor artístico, escritor e brejeiro Ariel Coelho. Ele contou um pouco sobre sua extensa carreira em diversas áreas, as aulas voltadas ao rock, e claro.. curiosidades sobre o mundo da breja.

Ariel Coelho que iniciou sua carreira em 1991 por diversas bandas, mas o reconhecimento veio somente 11 anos depois ao ingressar na banda DA RUA… A BANDA grupo saudosamente lembrado por ter sido o pioneiro do rock pesado e visceral na Ilha da Magia, Florianópolis/SC, olha que esta banda surgiu em 1975! Com uma vasta experiência em vários campos musicais e literais, ele compartilha seus conhecimentos no curso de “Técnica Vocal Aplicada ao Rock”, para rockeiro não desafinar em nenhum momento, olha que artistas bem famosos sempre consulta o “guru” para receber boas dicas dentro do palco.

Já pegou sua Weiss para ler? Bora!

ROCKBREJA: Obrigado pelo espaço concedido ao site Ariel, você que tem uma larga experiência no mundo musical, como foi esta passagem por várias bandas no mundo rock e o inicio para as aulas técnicas vocais aplicadas ao estilo?

Ariel Coelho: Imagina, eu que agradeço o espaço. Bom, é importante dizer que antes de abraçar de vez o rock como modus operandi no mundo e mesmo me tornar um pesquisador da técnica vocal rock, eu cantei “profissionalmente” (leia-se: ganhando grana) em bandas de baile do/no sul do país e isso durou até o ano de 2002 (embora nesse meio tempo, na verdade desde 1991, eu tenha mantido atividades musicais rockers sempre paralelamente). Mas foi quando decidi sair de vez do mundo dos bailes (que indubitavelmente me propiciou experiências únicas e muitíssimo enriquecedoras do ponto de vista do desenvolvimento musical e técnico-vocal) e usar minha voz para cantar aquilo que era (e continua sendo) a verdadeira paixão e mesmo razão de eu cantar: o bom e velho rock’n’roll! E de lá pra cá desenvolvi/desenvolvo inúmeros projetos musicais rockers (autorais e covers). Contudo, a docência vocal sempre falou muito alto no meu caso (leciono técnica vocal para o canto popular desde 1996) e acaba que as minhas empreitadas científicas em voz profissional cantada foram ganhando mais e mais força com o passar dos anos, passando mesmo a ocupar a quase totalidade da minha agenda de trabalho. E sobre as aulas irem se focando gradativamente nas técnicas vocais aplicadas ao rock, tudo começou quando ainda na década de 90, me deparei com uma enorme lacuna deixada pelas pedagogias vocais relativamente à compreensão e, quiçá, ensino das inúmeras técnicas vocais presentes no canto rock, com toda a sua plasticidade estético-vocal. E foi como resposta a esta lacuna que desde 1996 venho direcionando os meus esforços científicos e didático-pedagógicos para uma sólida e efetiva sistematização teórico-metodológica em Técnica Vocal Rock.

 

ROCKBREJA: Como foi esta ideia de ministrar aulas técnicas especialmente para o Rock?

Ariel Coelho: Então, fui percebendo que a esmagadora maioria dos professores de canto e/ou técnica vocal focava suas atividades pedagógicas exclusivamente no ensino das técnicas utilizadas e desenvolvidas para o canto erudito e suas derivações; e os que se aventuram no ensino das técnicas vocais aplicadas ao canto popular, ou por desconhecimento, ou por falta de preparo mesmo, subestimam as técnicas vocais aplicadas ao rock e seus subgêneros. Não é de surpreender, pois, que encontremos em todo o mundo, não mais do que uma dúzia de profissionais razoavelmente instruídos em pedagogia vocal rock. E antes que alguém alarde conhecer vários e vários professores que ensinam técnicas para se cantar rock, cabe chamar a atenção para a crucial diferença entre o “professor que canta/ensina” e o “professor que ensina/canta/ensina”. Ou seja, uma coisa é ter como professor um bom cantor que lá pelas tantas resolveu passar adiante “as suas técnicas”, encarnando aí a figura de professor; outra bem diferente é ter como professor um profissional da pedagogia vocal efetivamente, que além de contínua lapidação didático-pedagógica (formação acadêmica continuada), busca na prática do seu canto e docência o aprimoramento constante de sua metodologia de ensino (campo experimental). No primeiro caso, não se ultrapassa o campo da empiria, onde o grau de adequação das técnicas ensinadas está estritamente relacionado ao perfil vocal do aluno e, não obstante, o grau de eficácia didático-pedagógica do cantor/professor está diretamente relacionado ao seu nível de desenvolvimento proprioceptivo. Já no segundo caso, adentramos no campo pedagógico vocal enquanto um saber científico, com todos os seus nuances e matizes teórico-metodológicos. E cabe ressaltar também que a situação é ainda mais agravada pelo fato de que o acesso ao processo de ensino-aprendizagem vocal rock é bastante restrito, seja por falta de recursos financeiros para se adquirir material especializado, ou para estudar noutras cidades/estados/países, seja pela falta de profissionais preparados para o ensino de tais técnicas. Pois bem, foi para ofertar uma solução ao problema que abracei com unhas e dentes a causa.

Foto: Arq. Pessoal (Facebook)
Foto: Perfil Facebook

ROCKBREJA: Em suas aulas, artistas como Stephanie Schirmbeck da banda Holiness, Mario Kohn do Eyes Of Gaia e Mariana Lima da SleepWalkers são alguns dos nomes que passam pelo seu conhecimento. Como é ver que estes e outros artistas que estão começando a dar certo no mundo rock e ainda mais com as dicas essenciais feitas em suas aulas?

Ariel Coelho: Buenas, primeiro eu preciso registrar que realmente me sinto muito feliz e lisonjeado com a confiança depositada em meu trabalho por estes profissionais. E certamente vê-los(as) cada vez mais conscientes dos seus papéis enquanto rock singers no/do cenário rock/metal brasileiro (incluindo-se aí a necessidade de um trabalho de lapidação constante das suas capacidades técnico-vocais), é motivo sim de muito orgulho para mim. Mas não apenas para mim: para toda a cultura rocker do país, uma vez que estão mostrando na prática que cantar rock/metal é coisa séria e exige muito estudo e dedicação. Por fim, registro que vejo nestes profissionais verdadeiros(as) parceiros(as) de trabalho em prol desta causa maior.

 

ROCKBREJA: Você é cantor, produtor, preparador vocal, pesquisador e escritor, sobra um tempo para fazer algo mais tranquilo fora do mundo do rock?

Ariel Coelho: Pois é, minha agenda de trabalho é realmente bastante intensa e trata-se mesmo de uma imersão total no mundo do rock, com todos os seus subgêneros – com ênfase, claro, no canto e na técnica vocal rock – e no mundo da ciência. Mas parafraseando um velho e conhecido ditado: “quando você faz com o que ama fazer, nunca sente efetivamente aquele peso que se atribui à prática do trabalho, na verdadeira acepção do termo”. E, de resto, a boa notícia é que sempre dou um jeito de ficar com as pessoas que amo: minha família.

 

ROCKBREJA: Agora entrando no mundo brejeiro, você morador do Sul que é foco principal das melhores micros cervejarias do Brasil, quais cervejas que você gosta de tomar?

Ariel Coelho: Opa, eu gosto sim de cerveja e basicamente tomo as Pilsen, as Pale Ale e as de Trigo.

Ariel e suas coleções de garrafas de cervejas. Foto: Arquivo Pessoal
Ariel e suas coleções de garrafas de cervejas. Foto: Arquivo Pessoal

 

ROCKBREJA: Você gosta de se aventurar neste mundo de estilos de cervejas?

Ariel Coelho: Então, confesso que não passo de um “degustador meia-boca”! Mas curto muito a cultura das cervejas artesanais. Inclusive, a minha esposa Patrícia tem curso de Sommelier de Cerveja e tals, pois sua família possui uma pequena rede de choperias na Grande Florianópolis (chamada Chopp do Gus). Tá tudo me casa! Hehehe!

 

ROCKBREJA: Uma cerveja que você recomenda para os rockeiros e brejeiros do RockBreja?

Ariel Coelho: A cerveja gaúcha Polar Export, é animal!

Cerveja Polar Export (Pilsen, Cervejaria Ambev)/ Foto: UOL
Cerveja Polar Export (Pilsen, Cervejaria Ambev)/ Foto: UOL

ROCKBREJA: Se pudesse lançar uma cerveja com o seu nome, qual tipo você escolheria?

Ariel Coelho: Opa, acho que seria de trigo… adoro cerveja de trigo.

 

ROCKBREJA: Rock + Breja, o que passa na sua cabeça esta combinação?

Ariel Coelho: A primeira coisa que vem à cabeça é a palavra “curtição”… pra mim cerveja sempre combinou com curtir um bom e velho rock’n’roll, saca?!

 

ROCKBREJA: Uma mensagem final para os rockeiros e brejeiros do RockBreja:

Ariel Coelho: Galera, degustem as suas cervejas e curtam seu som em segurança, sempre! E não esqueçam: “se beber, não dirija”! Hehehe! Lets rock, guys!

 

Links:

http://arielcoelho.com.br/
https://www.facebook.com/arielcoelho.rockvocalcoach
https://twitter.com/arielcoelho

 

Agradecimentos: Mariana Lima (Alive Comunicações) pela parceria! 😉

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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