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Depois de 2 anos, estamos de volta com a nossa sessão de entrevistas! Começamos muito bem com a banda Meu Funeral!

Formada por Luquita (voz), Pepe (guitarra), Dan (baixo) e Pedro Tentilhão (bateria), a Meu Funeral é uma das revelações da cena rock nacional. Com críticas sociais ácidas, atuais e pertinentes, o trio usa toda sua criatividade e originalidade nas letras para colocar o dedo na ferida, doa a quem doer. As músicas da banda, recheadas de power acordes, bem característicos do punk e do hardcore, seguem conquistando fãs por todo o país e adeptos ao estilo “do it yourself” do grupo.

A banda lançou recentemente o seu novo single ‘Dançar’, com a participação da Tati Quebra Barraco. Ousado né?

Então, vem conferir a entrevista na edição #51!

Banda, obrigado por conversar conosco em nossa edição de entrevistas com rock e cerveja! Conte um pouco como surgiu o grupo Meu Funeral?

Luquita: O Meu Funeral surgiu em um momento pessoal bem conturbado em 2018. Tinha muito tempo que eu não compunha e foi juntando essa frustração pessoal com a inquietação artística que surgiu a banda. Após começar a estruturar as ideias das letras e o conceito, comecei a formar a banda. Hoje, funcionamos como um grupo. Cada um tem sua função na organização da banda, nas composições e cada um contribui da melhor forma pro funcionamento do projeto.

Vocês passam um tom de humor e ao mesmo tempo com letras de bastante peso (dedo na ferida). Algumas bandas atualmente têm mostrado este lado em suas letras, como vocês enfrentam também o outro lado, as críticas, em relação aos seus posicionamentos?

Luquita: As críticas construtivas são sempre bem vindas. Agora reclamação de gado xingando muito, ou a gente ignora, ou damos ótimas risadas com a burrice alheia. Além de nos divertir eles ainda engajam, então é ótimo! Se incomodou os conservadores é porque estamos no caminho certo.

Ainda na pauta ‘Letras’, de onde sai as inspirações nas letras das músicas?

Luquita: De modo geral são letras bem pessoais, inspiradas no cotidiano e nas reflexões que surgem a partir de leituras, músicas e vivências.

O Dan, a gente conheceu através da banda Venus Café, um pouco dessa banda você trouxe ao Meu Funeral?

Dan: Aaaaaah, pois é! Minha relação de amor com o RockBreja vem de outros carnavais hehe.
E por falar em relacionamento, é assim que funciona com banda também, tipo casamento mesmo: uma das coisas que fazem do seu atual o melhor é a experiência, a bagagem acumulada.
No meu caso específico, a Venus Café foi uma grande escola pra no que eu considero o meu principal papel na Meu Funeral, que é a gestão da banda, organização da casa e tal. E tudo se torna um campo mais fértil ainda por ser uma banda de punk rock, que é a minha vida, tudo que mais amo – e dos outros três caras também. Como dizia um professor que tive no colégio, “amor é coincidência” ❤️

Um dos lançamentos inusitados foi o ‘feat.’ com a cantora Tati Quebra Barraco para a música ‘Dançar’. Como surgiu esse rolê?

Luquita: Como o tema da música é Dançar, a gente queria sair um pouco do universo do punk e trazer alguém de fora, que trouxesse outro tipo de dança pro nosso som. O primeiro nome que surgiu foi da Tati e ela topou o convite na hora! Foi sensacional. Uma honra e um privilégio poder compartilhar uma música nossa com essa lenda, que além de ter um valor cultural imenso é um símbolo de resistência.

As redes sociais foram as grandes responsáveis por ajudar muitas bandas a continuar a divulgar seu trabalho e ao mesmo tempo deixar os fãs atualizados com as novidades por conta da pandemia. Em suas redes, vocês fazem sempre com muito humor e criatividade. Quem faz o papel de ‘diretor’ por trás das redes?

Luquita: O Dan e o Pedro são gênios das redes sociais. Eles costumam ter uma postura de orientar algumas ações, mas temos os trabalhos nas redes muito bem divididas entre nós 4.

Olhando para os posts do Instagram, percebemos que há uma paleta de cores que faz a alusão ao Arco-íris, está correta essa impressão ou é surto coletivo nosso?

Luquita: Não chega a ser um arco-íris nem um surto coletivo de vocês hahaha. Cada capa tem uma cor predominante. O Dan planejou o feed pra esse degradê acompanhar a dor das nossas capas. Então começamos no amarelo, fomos para o vermelho, depois o rosa e agora estamos no azul pro lançamento de “Dançar”.

(olha aí…)👇🏼

Agora queremos saber de cada um, como surgiu o primeiro contato ao Rock?

Luquita: Vem de berço. Lembro de ganhar um disco do Elvis antes de fazer 5 anos. O filme que eu pedia para assistir repetidas vezes na infância era Yellow Submarine e La Bamba. Depois disso foram diversas fases, mas sempre estive ligado à música de uma forma muito intensa.

Dan: Meu contato com o rock foi ao nascer mesmo, vem de família. As primeiras lembranças que tenho na vida são ouvindo Paralamas, depois disso veio Guns’n’Roses, daí o Nirvana me botou no caminho certo e veio o Green Day e selou o que seria o resto da minha vida hehehe

Pepe: Meu primeiro contato com o rock foi através do meu pai. Grande fã de Beatles e Stones, lembro dele me mostrando os discos e tocando algumas músicas no teclado. Minha mãe, que também amava rock, tinha um violão em casa. Lembro bem, quando eu tinha uns 9 anos, eu esperava ela sair pro trabalho e ia lá pegar o violão. Colocava os discos pra tocar e fazia meu próprio show em frente ao espelho, sempre me imaginando tocando pra um público gigante. Na hora de dormir era a mesma coisa, só que eu ficava imaginando, sonhando…meio que faço isso até hoje hahahaha

Pedro: Um dia eu ouvi falar de uma banda chamada blink 182. Eu era bem novinho, tipo uns 9 anos. Comecei a escutar mais e mais e quando eu vi, tava devorando vários outros estilos de rock.
Quando comecei a tocar bateria, comecei pelo Nirvana, e quando tava conseguindo progredir , fui pro Green Day e só depois pro Blink. Travis não é pra iniciantes kkkk
E aí eu fui ficando mais velho e conhecendo os rocks clássicos, depois os mais contemporâneos.
Hoje eu ouço todo tipo.

Foto: Juliana Ramos

Entrando no mundão cervejeiro, já sabemos que vocês gostam bastante deste líquido sagrado. Você tem preferências de outros estilos de cervejas? (Ex: IPA, Weiss, Stout…)

Luquita: Se não for liquido eu tô bebendo. Se não for docinha eu caio dentro. Mas tenho um carinho especial pelas Weiss.

Dan: Quanto a cerveja, diria q sou um usuário avançado hehe. Não chego a cozinhar a minha, mas leio, estudo e degusto bastante, já fiz muita viagem só para isso. Meu estilo da vida são as Bitter/ as British Ales, mas te falar q com a crise e pandemia, depois de fazer aquele ciclo que todo mundo faz (trigo->ales->IPA, achar que quanto mais lúpulo e teor alcoólico, melhor) eu tenho ficado bem feliz numa Lager e Pilsen mesmo, sabia… Sabedoria? Idade, decadência? sei lá hahahaha

Pepe: Nunca fui muito seletivo pra cerveja, gosto é de companhia pra beber, mas se for pra destacar algum estilo eu diria stout. Curto bebidas amargas e pessoas doces.

Pedro: Cerveja é uma outra paixão. Desde os 18 (rs) bebo todos os tipos, mas sempre gostei das mais amargas hehe
Há mais ou menos 2 anos, tive que parar de consumir glúten e foi uma tristeza ter que parar com a cervejinha.
Porém, minhas preces foram ouvidas e hoje temos vários rótulos sem glúten no mercado 🤩

Se o Meu Funeral tivesse uma cerveja, como ela se chamaria e porquê?

Luquita: Se chamaria Leite. A gente tá aqui pra quebrar estereótipos. Dizem que ninguém nunca fez amigo bebendo leite. Vamos mudar essa realidade. Hahahaha

Falando em cerveja, podemos ter esperança de ter uma cerveja da banda em nossa coleção?

Luquita: Seria um sonho! Certamente está na nossa lista de metas para o futuro.

Banda, obrigado por esse bate papo bem descontraído ao estilo ‘prosa’, mande uma mensagem final aos seus fãs aqui no RockBreja:

Luquita: Se cuidem! Tomem vacina! Fora Bozo genocida! E dancem até cair o c*da bunda!

 

Redes Sociais:
@meufuneral

Agradecimentos: Luana Ribeiro (Universal Music Brasil)

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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