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Em pleno primeiro ano de caos da pandemia do coronavírus e com a ajuda de amigos e fãs a banda Tuatha de Danann teve a moral (e bota moral nisso!) de lançar seu mais novo disco, In Nomine Éireann de forma bem interessante: cerca de 500 apoiadores aceitaram uma espécie de pré-venda, campanha que beneficiariam estes apoiadores com materiais exclusivos (como vídeos dos bastidores do processo de gravação, além de shows virtuais exclusivos ao vivo e a oportunidade de coescrever com a banda as letras das novas músicas) e também foi um termômetro e motivação pra banda saber o quanto são importantes para este público.

A banda, oriunda de Minas Gerais, iniciada nos meados da década de 90, lança seu sétimo disco, na verdade o que eles estão celebrando é um incrível e desafiador tributo à música tradicional
Irlandesa.

Tuatha de Danann, que na mitologia Celta significa “o povo da Deusa Danú” tem uma pegada Folk Metal, se não for a pioneira é uma das neste estilo no país tupiniquim.

Era pra ser um disco 100% de versões, porém no meio do processo foram inseridas 2 autorais, são elas: The Calling e King, esta última entrou (para nossa felicidade!) como bônus do disco e pra falar a verdade era uma das cotadas para abrir o disco.

Claramente a banda conseguiu imprimir sua identidade nas entrelinhas destas versões, pois vamos ouvindo e descobrindo muita coisa, um conteúdo gigantesco de sons e harmonias.
Em algumas canções presenciamos o dueto de vozes permeando entre agudo e grave ou entre rasgado
e gutural.
Tudo é muito bem posicionado e aos nossos ouvidos soa com leveza e precisão.

Faixas que merecem destaque: Guns And Pikes esta tem clipe e tem a participação de Folkmooney, um Irlandês que morou em Belo Horizonte, The Wind That Shakes The Barkley – a minha favorita do disco, com participação de Daísa Munhoz (Vandroya, Soulspell) e Marcell Cardoso (Kharma, Bittencourt Project), The Devil Drink Cider que tem a participação de Marc Gunn, The Dream One Dreamt, esta instrumental é outra bem animada que, segundo o vocalista Bruno Maia, a galera gosta bastante nos shows e King, que era pra ser chamada de “Death Parade” (quem tiver interesse ou curiosidade procure saber o motivo deste primeiro nome que é bem interessante).

Arte
O disco físico recebido está no formato digipack e tem um cuidado especial com encarte com sua tonalidade que, de alguma forma, lembra um ambiente florestal. Temos, também, foto da banda como um sexteto (mesmo sendo sua formação “fixa” um trio!), agradecimentos e ficha técnica.
Lembrando que a arte da capa recebe a assinatura de Paulo Coruja.

No Geral
Para quem tem curiosidade de ouvir o som dos caras e ainda não os conhecem, ouçam em um aparelho bom ou em fones de ouvido, para ouvir todos os detalhes dos instrumentos inusitados utilizados ou não tão comuns nas gravações, cito alguns: bouzouki, whistle, escaleta, bodhrán, gaita irlandesa e etc.
Mesmo sendo um disco com 4 faixas instrumentais este detalhe não ofusca em nada o trabalho como um todo, até porque parecem estar em posições estratégicas entre as faixas.

Provável que um dos próximos passos da banda será lançar uma coletânea porque eles têm material para isso e vamos acompanhar o que acontece no mundo para podermos nos programarmos.

Cada um dos 6 membros vão levar uma breja cada e adiciono mais 2 de bônus: 8 brejas extremamente
geladas.

Set List
01 – Nick Gwerk’s Jigs/Instrumental
02 – Molly Maguires
03 – Guns And Pikes
04 – Moytura/Instrumental
05 – The Calling
06 – The Wind That Shakes The Barkley
07 – Newry Highwayman
08 – The Master Reels/Instrumental
09 – The Devil Drink Cider
10 – The Dream One Dreamt/Instrumental
11 – King

Formação
Bruno Maia – voz, guitarra, violão, banjo, bouzouki e whistle
Giovani Gomes – baixo e backing vocal
Edgard Britto – teclado e escaleta

Convidados
Raphael Wagner – guitarra
Nathan Viana – violino
Rafael Delfino – bateria e bodhrán
Alex Navar – gaita irlandesa (faixas 1,3,4 e 10)
Kane O’Rourke – violino (faixas 1,2,4 e 8)
Finn Magill – violino (faixa 10)
Daísa Munhoz – voz (faixa 6)
Keith Fay – voz (faixa 2)
Folkmooney – voz (faixa 3)
Marcell Cardoso – bateria (faixa 6)

NOTA:  08/10

By Alex Silva

Headbanger desde que se conhece por gente, Design Gráfico de formação, fissurado por discos de vinil de bandas de hard/rock/metal/punk nacional dos anos 80/90´s, no entanto um apreciador de uma boa música, independente de estilos.

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