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Depois de 10 anos sem canções inéditas, a espera acabou. O novo álbum do Evanescence chegou e o grupo mudou bastante com o tempo.

Para quem iria esperar um disco à altura de Fallen, The Open Door e o Autointitulado, se espantou com uma banda se posicionando, mostrando bastante reflexões em suas faixas e explorando novas sonoridades.

Forçada a escrever e gravar a maior parte do álbum separadamente ao longo de 2020, com um fluxo de trabalho sem precedentes e sem limites criativos, a banda naturalmente voltou ao seu som épico e ardente pelo qual são conhecidos. Liricamente, o peso do mundo gerou uma grande honestidade e trouxe à vida temas antigos e novos. Foi como um processo de cura, para Lee, escrever e cantar sobre tópicos como demônios internos, tristeza, a fachada de “estou bem” que a sociedade impõe àqueles que lutam com sua saúde mental, rebelião diante da injustiça e misoginia e a liberdade que vem com o fim de relacionamentos tóxicos culminam em uma sensação de resiliência.

O resultado do novo disco foi até que agradável, começando com a faixa que abre o disco, ‘Artifact/The Turn’, uma canção reflexiva e curtinha.

‘Broken Pieces Shine’ é sobre resistir e estar vivo e deixar todos os pedaços quebrados brilharem. Essa saudades do ‘old’ Evanescence, matei um pouquinho com a já conhecida ‘The Game is Over’, porém, ‘Feeding The Dark’ é que mais lembra esse tempo da banda, letra obscura, peso das guitarras , teclados e viradas ao refrão de Amy Lee gritando aos pulmões.

‘Wasted On You’, lançada em 2020 em modo Quarentena no mundo todo, traduziu bem o que a letra diz, sobre sentir falta de algo, mas ‘Better Without You’ pareceu ser uma resposta a esta faixa, onde com o tempo, foi o melhor estar sem você. Achei coincidência.

‘Use My Voice’, a canção que teve outro rumo, em um tom mais politizado, teve grande repercussão em 2020, tanto que entrou em nosso listão de 50 Músicas de 2020 por votação popular (clique aqui). Use sua voz! A música teve vocal de apoio também de Sharon den Adel, além Lzzy Hale (Halestorm), Taylor Momsen (The Pretty Reckless) e entre outros.

Com um tom mais hard, a faixa ‘Take Cover’ é uma canção diferente das outras faixas do disco, mostra um grupo aberto a explorar outras sonoridades. Para os fãs ‘xiitas’ do grupo, é uma afronta.

Aquela canção que faz a gente pensar claro que nesse novo disco iria ter. Depois de ‘My Immortal’, ‘Good Enough’, ‘Lost In Paradise’, temos agora a ‘Far From Heaven’. Uma bela canção para ouvir com as luzes apagas e pensando na vida. A virada acontece na penúltima faixa ‘Part Of Me’ que fala sobre depender do amor como item de sobrevivência.

Encerrando, vem ‘Blind Belief’, outra canção que achei que esta sim, é a identidade do Evanescence! Piano, violinos, guitarras, peso da bateria e Amy Lee entregue na canção. Essa música representou bem como a sonoridade do grupo está depois de 10 anos sem inéditas. Velho e novo se encontrando.

A espera de um disco de inéditas não decepcionou os fãs do grupo, que amadurecem e muito com o tempo mas não perderam sua essência nos tempos dourados da banda. 9 copos de brejas para brindar esse álbum!

Evanescence – The Bitter Truth (2021 – BMG)

Tracklist
1.Artifact/The Turn
2.Broken Pieces Shine
3.The Game Is Over
4.Yeah Right
5.Feeding The Dark
6.Wasted on You
7.Better Without You
8.Use My Voice
9.Take Cover
10.Far From Heaven
11.Part of Me
12.Blind Belief

Formação:
Amy Leeː vocais, piano, teclados, programação
Troy McLawhornː guitarra
Jen Majuraː guitarra
Tim McCordː baixo
Will Huntː bateria

NOTA:    09/10

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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