A nossa 22ª edição do “RockBreja+Prosa” vem da ponte São Paulo/Paraná!
Conversamos com cervejeiro paulista/curitibano Mário Coppini da Bier Hoff, cervejaria paranaense que vem conquistando o público brejeiro! Ele falou sobre seu inicio no mundo das cervejas, paixões no mundo rock, mercado cervejeiro e mais cervejas!
De apenas 22 anos, Mário talvez é o mais jovem no ramo cervejeiro, e por estas aventuras, conheceu a paranense Bier Hoff e se mudou de vez para a cidade de Curitiba. O resultado desta mudança? 4 medalhas para a cervejaria, entre elas a de ouro no Festival Brasileiro da Cerveja em Blumenau neste ano com a sua criação, a “Cocada Preta” (que por sinal recomendamos degustar!) na categoria “Specialty Beer”.
Bora pegar sua Porter e ler a entrevista?
ROCKBREJA: Como foi o início da sua carreira? Como você acabou parando neste mundo cervejeiro?
Mário Coppini: Eu não tive exatamente um início de carreira. A mais ou menos 3 anos atrás fui a um pub, aniversário da amiga de uma ex-namorada e como todo consumidor normal de cerveja, ao ver que só tinha cerveja especial procurei o melhor “custo benefício”. Acabei me deparando com a Faxe, uma cerveja servida em uma lata de 1L. A cerveja em si não tem nada demais, mas na época me apaixonei pela lata e resolvi colecionar. Toda vez eu queria voltar naquele bar para tomar uma cerveja e guardar a garrafa. Comecei a perceber que haviam diversos sabores em cada uma e naturalmente comecei a pesquisar para ver se acertava quais iriam me agradar e refinar pouco a pouco meu paladar.
Depois de um tempo, comecei a querer fazer cerveja em casa. Trabalhei fazendo hora extra só para comprar um equipamento caseiro. Ao conseguir, conheci o Bruno Moreno da STP e o Andre Cancegliero da Urbana que deram uma grande força. O Bruno me mostrou como o equipamento caseiro funcionava e as noções básicas de fazer cerveja em casa (pois não sabia absolutamente nada), o André me ajudou a montar e acabei comprando lá mesmo na Beer Lovers, loja dele.
Comecei a fazer cerveja em casa, tudo deu certo. Fui premiado como caseiro e uma vez durante uma visita a Curitiba para conhecer algumas cervejarias, conheci a Bier Hoff. Fiz amizade com o pessoal, degustei as cervejas, opinei, conversamos bastante e quando precisaram de alguém para compor a equipe vieram até mim e deram a honra de compor a equipe da cervejaria artesanal mais antiga de Curitiba.
ROCKBREJA: Como surgiu a ideia para a receita da sua pupila “Cocada Preta”? Existem novos projetos de brejas colaborativas ou novas criações?
Mário Coppini: A Cocada nasceu de uma reavaliação. Tomei uma vez uma cerveja com coco e senti muito sutilmente (quase imperceptível e num nível de tosta que não me agradou) enfim, ao meu paladar achei interessante a ideia do uso do coco, mas senti que poderia ser usada de uma forma diferente. Resolvi então estudar o uso do mesmo, seus óleos e tentei fazer a minha versão. Criei a base de uma Robust Porter com um grande blend de maltes, uso de aveia e tudo que eu quis sem medo para tentar fazer uma boa cerveja. Usando o know-how da Bier Hoff (visto que pouco conhecia ainda de equipamento industrial) uniu-se então apenas UM teste de panela com a empolgação para lançar no brasileiro uma nova cerveja e resolvemos arriscar. Acompanhei toda adaptação, brassagem, etc, fazendo jus ao cargo de cervejeiro que ocupo lá. O uso do cacau inclusive, após o primeiro teste de panela, foi reajustado direto no equipamento grande para suprir algumas lacunas que julguei necessário.
Sobre o futuro, além das três novas (que ainda estamos reajustando, exceto a cocada) temos ideias de algumas sazonais que adianto: seguirão esta nova linha mais “agressiva”. Cerveja pra quem quer tomar cerveja e os testes estão muito bacanas!
Não sabemos bem ao certo quais serão lançamentos e quais serão sazonais, mas brevemente, vem coisa muito boa por ai. Sobre colaborativas, nós estamos com duas nacionais confirmadas (a qual, me desculpe Rockbreja, mas me reservo no direito de manter segredo, ao menos por hora) e TALVEZ uma internacional (que está em conversa).
Tudo isso ainda pra este ano, remarcando o verdadeiro reposicionamento e repaginamento da Bier Hoff.
ROCKBREJA: Qual a sua opinião sobre o mercado cervejeiro brasileiro?
Mário Coppini: Eu acredito ser realmente muito novo para tentar entender, esmiuçar e traçar uma opinião real e condizente do mercado brasileiro atual como alguns mestres bem fazem com todo seu conhecimento. Eu acho que o mercado vem resistindo aos “baques” atrás de “baques” em questão política/financeira e vem dando um bom exemplo. Mais que isso, vem sendo entusiasta, apoiando as novidades, criatividades e inovações.
É um mercado que se renova a cada cervejaria, a cada cerveja, a cada projeto. Um mercado que quer ver dinamismo, coragem e inovação e principalmente qualidade como o fato de fazer o simples bem feito.
Se eu posso ter uma opinião, talvez utópica e idealista, por mais que tenhamos baixas (como viemos sofrendo) com o apoio do mercado e essa necessidade de dinamismo, seremos ainda uma escola cervejeira, pois se exige do cervejeiro cada vez mais: qualidade em estilos tradicionais, inovação, know-how e ainda um marketing bem apurado, além de um contato direto com o público consumidor ou potencial consumidor.
ROCKBREJA: Quais são suas bandas e estilos de cerveja preferidos?
Mário Coppini: Bom, eu gosto de Rock. Desde Blues Rock até Black Metal… É bem amplo, mas de cabeça posso tentar listar três bandas, eu diria:
Pantera, Megadeth e Helloween e estou sendo MUITO injusto, pois novamente, vou desde Rock Clássico até Death Metal (tudo depende da hora). Os estilos também, difíceis listar os preferidos. Gosto muito de: IPA (e variações), Sour Ales e Saisons.
ROCKBREJA: Se pudesse definir o rock em um estilo de breja, qual seria?
Mário Coppini: Essa pergunta, como um amante do rock (que vocês sabem que eu sou) me pegaram rsrs. Serei presunçoso. Diria que a cerveja assim como o rock parte do mesmo princípio:
Quando falamos sobre rock, todo mundo pensa em rock clássico. Quando falamos de cerveja, todo mundo pensa em um estilo de cerveja e ambos são muito mais do que isso.
No Rock existem suas muitas vertentes onde cada uma tem suas características. Diversidade de bandas que tem sua própria identidade, sua marca e que às vezes inovam tanto que ninguém sabe que tipo que é. Na cerveja existem seus muitos estilos, alguns tradicionais que vem sendo colocado com muita qualidade. Inovações, que vão sendo vertentes bem aceitas e algumas cervejas que fogem totalmente do comum, forçando cada vez mais a tentarem criar novos estilos, pois os atuais não suprem mais.
Vemos a semelhança e EU, particularmente EU, sempre que posso, tento casar as duas coisas: Rock e Cerveja não pode se definir, pois são muitas vertentes e muitos estilos e tudo depende do momento.
ROCKBREJA: Uma breja que você tenha tomado e recomenda ao nosso site?
Mário Coppini: Tentando me apegar as novidades desse ano: O ano está só começando… Está difícil ainda avaliar. Gostei bastante da Smoked IPA da Palta e da Pilz my Ballz da Swamp.
ROCKBREJA: O que você espera do seu futuro cervejeiro?
Mário Coppini: Eu espero apenas fazer o que eu comecei e gosto de fazer: Tomar boas cervejas; Ter ideias; Fazer cervejas (boas ou não). E agora, com as oportunidades, escolher as que eu puder/gostar e ver no que vai dar!
É aquele velho ditado: “o futuro a deus pertence” e neste caso, a deusa Ninkasi, rsrsrs.
ROCKBREJA: Rock + Breja, o que esta combinação te faz pensar?
Mário Coppini: Essa combinação me faz pensar em lar, relaxar e final de semana, pois são bem comuns pra mim.
ROCKBREJA: Uma mensagem final para o público de nosso site;
Mário Coppini: “It’s only rock and beer but i like it”
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