Eis em minhas mãos mais um excelente trabalho dos estradeiros Goianos do Sunroad. Ja havíamos resenhado aqui o trabalho anterior, Heatstrokes de 2019, porém este intitulado Walking The Hemispheres que foi lançado ano passado, mais precisamente em agosto e tem a mesma qualidade sonora porém com a maturidade e a evolução natural de uma banda que flerta com o heavy n’ hard, metal clássico e um monte de coisas boas.
A banda nasceu em agosto de 1997 e seus registros oficiais são: 8 cd´s de estúdio, 1 EP, 2 Coletâneas e 1 ao vivo (da Tour Walking the Hemispheres, gravado no Roça´n Roll).
Este novo registro marca a estreia de um novo vocalista, Steph Honde, que é francês e multi-instrumentista e que deu um gás a mais pra banda fazendo com que este novo trabalho soasse visceral e ao mesmo tempo único.
O flerte do Sunroad são de bandas como Whitesnake, Iron Maiden, Deep Purple, Journey e até mesmo André Leite (ex-Hangar, Iahweh, ex-ID2). Sua sonoridade continua lembrando estas e outras bandas, porém o DNA Sunroad prevalece.
Fred Mika, baterista e fundador continua capitaneando e à frente da banda, porém os demais integrantes não ficam atrás não, temos guitarras swingadas, groove no baixo, os vocais de Steph Honde abrilhantando toda a cozinha faz com que tenhamos um hard rock tipo exportação.
Lembrando que os teclados também faz a diferença neste disco, com sua sonoridade psicodélica, ja fiquei sabendo que é um belo de um Hammond B3.
É difícil rotular uma banda, principalmente como esta que tem suas vertentes de hard rock extremamente clássico, enraizado nos anos 80 e 90, com baladas sensuais, algumas vezes um som dramático e melancólico.
Destaque para algumas músicas:
O disco abre com um som de órgão e ja inicia a faixa título, Walking the Hemispheres. Pra mim é a melhor música de disco, pois é uma música muito impactante com uma sonoridade incrível, refrão marcante;
A segunda faixa, Living in a Dream (Red Sign Mirror), também merece destaque e lembra muito o Iron Maiden da época de Somewhere in Time, mais especificamente com a faixa Sheriff of Huddersfield;
Crawling Back and Ahead também merece destaque e também faz lembrar um grande clássico do Journey, Separate Ways;
Em Written in the Mist, temos uma incrível voz grave acompanhado de um piano lembrando muito o vocalista André Leite.
E, por fim, Try Me – um cover do U.F.O. de 1977 que, lindamente fecha o disco com um ar de dever cumprido e por ser uma faixa bônus, também vai entrar como faixa bônus de melhor música do disco.
Assim como descrito no nosso review ANTERIOR, a formação atual é diferente da que gravou o disco.
Arte
Lars Nissen assina esta capa que é um tanto enigmática e, creio eu, com várias mensagens subliminares.
Penso eu que é uma grande “viagem entre hemisférios” (urbano e selvagem), pois temos uma iguana gigante avançando sobre a cidade assim como nós, humanos, invadindo seu habitat natural (a própria natureza), nos importando apenas com nossos benefícios e, secundariamente, o que isso acarreta aos outros, neste caso, a natureza.
Particularmente gosto muito de iguanas e foi isso que, num primeiro momento, me chamou a atenção nesta capa.
No encarte além de fotos da banda, letras, agradecimentos e dados técnicos também temos uma informação muito importante em se tratando de ajuda aos animais: temos um apelo social e solidário para animais abandonados, estando disponível os órgãos ASPAAN, MIAU AUAU, SOS ANIMAL em prol desta causa.
No Geral
Eu ja gostava do trabalho anterior, e este vê-se claramente a evolução que faltava naquele trabalho, aparando uma aresta aqui outra ali, preenchendo uma lacuna aqui outra ali, e assim nos é entregue um trabalho primoroso feito com muito suor de uma banda que explora de maneira significativa o “melodic hard rock” com heavy metal tradicional muito bem trabalhado.
Foi difícil parar de ouvir este disco para poder resenhá-lo. Nos resta apenas dizer que estão levando mais um 8 para este disco incrível. Parabéns Sunroad!
Músicas
01 – Walking the Hemispheres
02 – Living in a Dream (Red Sign Mirror)
03 – Silence Erupting Inside
04 – Crawling Back and Ahead
05 – Shoot the Clock
06 – Written in the Mist
07 – Mighty Beauty and Its Chaos (instrumental)
08 – The Mess and Its Key
09 – Halo of Hearts
10 – Victim of Nowhere
11 – Detached Picture of Venus
12 – Try Me (UFO cover) (bônus track)
Formação (que gravou o disco)
Steph Honde (Voz, Teclado, Órgão e Guitarra na faixa 12)
Netto Mello (Guitarra)
Mayck Vieira (Guitarra, Baixo)
Van Alexandre (Baixo, Guitarra)
Fred Mika (Bateria, Percussão)