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Anota uma receita aí… coloque em uma batedeira os seguintes ingredientes: força, garra, persistência, humildade, muita perseverança, os mais diversos sentimentos humanos e o incondicional apoio e suporte de seus parceiros… e bata na potência máxima…sob nossa ótica essa é a provável receita que a banda de Limeira/SP Suck This Punch apresenta em seu mais recente disco, lançado este ano, sob o título de The Evil On All Of Us.

Temos um material de inéditas 9 canções, sendo que duas delas foram lançadas anteriormente como singles, estamos nos referindo a “Alone” e “Shout It Out”.

São canções muito bem executadas com um som mais pesado e encorpado, se comparado à outros materiais existentes da banda e lançados anteriormente.

Se eu fosse resumir a questão central deste trabalho, diria que se enquadra perfeitamente na seguinte frase: “o mal que os homens criam para os outros e para si mesmos”.

Ouvir o disco, trouxe lembranças de bandas gringas como Wasp, Motley Crue, Pantera, Guns e das nacionais Attractha, Dune Hill e Sepultura.
Realmente a receita é bem maior do que pensávamos, pois temos também riffs de Phil Seven que nitidamente lembramos de Zakk Wylde ou Dimebag Darrell influências claras desses ídolos.

Destaco aqui o som da bateria: claramente um som “brilhante“, limpo e também das guitarras e baixo com melodias que são limpas e ao mesmo tempo pesadas e no entanto ouve-se tudo o que foi gravado o que nos faz valorizar ainda mais o trabalho.

E voltando às influências, em “Just Follows” tem influência de Black Sabbath numa fusão muito bem equilibrada.

Lembrando que as gravações rolaram na pandemia e muito provável que este seja o motivo de influência nas letras justamente pelo momento pandêmico, mas isso se torna global e se expande para os diversos níveis de cultura.

Se preocuparam não só no instrumental, as letras também tiveram um peso grande.

Teve o episódio da primeira “Live” que fizeram, foi a sensação literal de “tocar para uma câmera”, os membros lembram que foi muito estranho, depois se acostumaram.

O disco é “um soco de realidade“, trata do “mal que está dentro de nós“, independente da pandemia, pois é algo que sempre existiu, apenas aflorou mais veementemente neste momento da história.

O disco tem músicas incríveis porém “Shout It Out”, “Machines” merecem destaques, juntamente com “Sons of War”. Esta última pode não ser a melhor música do disco porém na minha opinião é a mais emblemática e por isso merece o meu voto, pois trata do tema e das questões “escravos e indígenas” que em um determinado momento foi “moda” mas que hoje em dia quase ninguém fala sobre, infelizmente.
No caso dos indígenas… retiraram eles das terras, de suas terras e devolveram sem nada, e dos escravos então nem se fala…
É um som mais rústico, tribal eu diria.. a introdução é cantada em português, tem berimbau e uma áurea incrível.

Arte
Recebemos a versão digipack (Voice Music e Som do Darma) que, pra mim, é a “cereja do bolo“.

Graficamente é um material impecável, com a arte feita por Juh Leidl e um encarte de dezesseis páginas com as letras, fotos, ficha técnica, agradecimentos individuais e o conceito visual da obra.

Eu ouvi um comentário que tem uma pequena possibilidade de sair em Vinil/LP, para a alegria dos mais saudosistas como este que vos escreve… e se sair não esqueça da gente!

Este trabalho também foi possível com o apoio da Prefeitura de Araras (SP), do Governo de São Paulo e do Governo Federal, através de leis de incentivo à cultura.

No geral
É claro que o trabalho não é perfeito, sabemos que um ajuste aqui ou ali por vezes é necessário, faz parte, isso é normal, mas estamos diante de um trabalho com um leque de possibilidades, com instrumental incrível, letras concisas e conteúdo que nos faz pensar nas adversidades e momento atual em que vivemos.

Temos coisas bem interessantes se dermos uma rápida fuçada na net… a exemplo do videoclipe de “Shout It Out” está disponível no canal oficial do Suck This Punch no Youtube:
Shout It Out foi escrita em 2005 em parceria com o grande amigo Caio Ferrari. A letra fala sobre aceitação, encarar a realidade das coisas e entender que nem sempre podemos mudá-las.
Porém, é uma aceitação de cabeça erguida. Entenda as situações, admita que não é possível mudar coisas e pessoas, mas siga em frete, forte, lute pelo que acredita, grite, ponha pra fora… Shout It Out.

Tem também uma versão para “Could You Be Loved”, do Bob Marley, em parceria com os americanos do Sunrunner (banda também ja resenhada por nós!).

Ou até mesmo “Machines“. O vocalista Tadeu Bon Scott explica: “A ideia foi aliar roteiro e figurino cômicos a uma narrativa dramática e crítica, que expõe sobre o fracasso do homem na busca por poder, tornando-se vítima da manipulação pelo sistema, ou seja, máquinas sem sentimentos, vazias, prontas para cumprir ordens e destruir para crescer e se multiplicar”.
Atenção para a mensagem de um discurso de Carlitos/Charles Chaplin no final do clipe, é um tapa
na cara da sociedade válida até os dias de hoje!

A banda teve a honra de participar do Tributo aos 54 anos da banda Made in Brazil com a música “Armagedom”. Tal tributo também conta com bandas de peso Lepra, Mafra, Broken Face, Esporão do Bagre, Ultra Aliens, 4 Cilindros.

E por último e não menos importante, uma postagem da banda em 23/09/2021 chamou muito a atenção dos fãs e curiosos de plantão, a postagem contém o seguinte conteúdo: “Mais uma super novidade do Suck This Punch! Nós participaremos do Tributo Internacional ao Motörhead organizado pelo site/revista Antichrist Magazine. Em breve mais informações!”, ou seja, tem muita coisa boa acontecendo para o futuro da banda! Fiquem antenados!

E quem estava curioso (assim como eu!) pra saber de onde vem o nome Suck This Punch, que numa tradução literal significa “Chupa Esse Soco“, na verdade foi uma expressão falada por um amigo como quem diz “saca só esse som“.

Vão levar 8 brejas extremamente geladas pra comemorar as boas vindas deste novo filho num momento difícil globalmente falando!

Set List
01-Machines
02-You Are The Best Gun (Againts the System)
03-Alone
04-Just Follows
05-Shout it Out
06-We All Live In a Hole
07-Coward
08-Blindman
09-Sons of War

Formação
Tadeu Bon Scott(voz)
Phil Seven (guitarra & backing vocais)
Matheus Bonon (baixo & backing vocais)
Giacomo Bianchi (bateria)

NOTA:  08/10

By Alex Silva

Headbanger desde que se conhece por gente, Design Gráfico de formação, fissurado por discos de vinil de bandas de hard/rock/metal/punk nacional dos anos 80/90´s, no entanto um apreciador de uma boa música, independente de estilos.

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