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Primeiramente ao começar este review, se você ouvir o novo trabalho do Nightwish pensando nos trabalhos anteriores, você não irá conseguir escutar nem a segunda canção, mas agora se está pronto para o “Novo”, se prepare que vem coisa boa…

Claro que não é fácil fazer um novo álbum com uma banda que teve duas trocas de vocalistas, dois tipos de fases, dois tipos de fãs e mais do que óbvio a cobrança para uma qualidade estava mais do que visível neste novo trabalho. Por isso a escolha de Floor Jansen para descascar este novo “pepino”.

A fase que “ouro” com a Tarja Turunen teve uma peso de muito lírico, gótico e uma legião de fãs encantados com a voz da ex-vocal. Não pense que quando foi lançado “Once” o último trabalho da banda com Tarja foi flores, ouvia muitas opiniões divididas em relação a este trabalho, falando que eles se venderam, afinal “Nemo” foi para a MTV e explodiu no mundo todo, inclusive no Brasil, aonde surgiram muitos fãs desta fase. Na minha visão isso foi ótimo para a banda.

Pois bem, quando tudo está indo bem, surge a demissão de Tarja e a incógnita de como seria a nova vocalista, uma nova Tarja? Uma similar? Não! Chamaram então a pouco conhecida Anette Olzon para descascar o “pepino”, e assim o divisor de águas entre os fãs foi estabelecida. Todos sabem que “Dark Passion Play” estava praticamente 80% pronto, já que os 20% faltava a voz, e Anette não teve tanto esforço em se adaptar, pois bem, se adaptou mas gradativamente, afinal, estávamos conhecendo a nova voz do Nightwish, uma voz mais “pop rock” em comparado ao lírico. Durante sua fase na banda, ela também sofreu por não chegar as notas máximas das canções do “Nightwish.old”, e foi duramente criticada, mas banda + vocalista estavam se adaptando a esta novidade, eis que surge “Imaginaerum”, um dos álbuns mais elogiados da carreira e para mim, o mais criativo deles! Este sim, conhecemos a naturalidade da voz de Anette, uma voz muito teatral e que combinou perfeitamente com as canções do disco, teve momentos que lembrei até do ABBA ao ouvir “Storytime”, mas assim com a Tarja, o inesperado aconteceu, Anette é cortada da banda.

Porém chamam a já conhecida Floor Jansen, aonde os fãs gostam do trabalho dela, afinal sua primeira banda, o After Forever tinha um ótimo currículo na bagagem e a atual ReVamp, que é sem comentários (expetacular!). Mas ela não seria ainda a vocal oficial, iria suprir as necessidades da banda na turnê do “Imaginaerum” já que a agenda estava bem cheia, pois bem a estratégia da banda foi até plausível, testar uma nova vocal frente a frente aos fãs, bom o Não já tinha agora só faltava o SIM.

Floor saiu melhor que encomenda, e a aceitação dela nas turnês foi muito calorosa, afinal as duas fases da banda cantada por ela, deixou um mix de clássico e novo ao mesmo tempo (até hoje me arrependo de não ter ido ao show em Sampa!). Mais do que óbvio a banda anuncia ela como vocalista oficial junto a Troy Donockley (Uilleann pipes e tin whistle inglês) e já entram em estúdio para o novo trabalho. Diferente da Anette, Floor teve a oportunidade de estar desde o começo da criação do novo trabalho. E a expectativa era grande, “ENORME” de como seria este “Nightwish.new”. E depois de 1 ano, sai então o resultado: “Endless Forms Most Beautiful”.

São 78 minutos de pura qualidade, criatividade e viagem musical neste “desconhecido”, pois é, bem desconhecido Nightwish. Quando foi lançado “Elan”, já era um “preview” do que poderíamos esperar deste novo álbum. Começando com “Shudder Before The Beautiful”, já leva um susto por este nova “sintonia” da banda+Floor. Destaques para este novo álbum são para “Yours Is An Empty Hope” que ao ouvir o riff, com certeza os mais antigos fãs lembraram diretamente do single “Dark Chest Of Wonders” do perfeito “Once”, e arrisco dizer que outra menção de um novo single também me fez lembrar, foi “Our Decades In The Sun”, já que sua intro pareceu bem similar a canção “A Lifetime Of Adventure” da carreira solo de Tuomas em seu álbum feito para a história do Tio Patinhas. Músicas “épicas” são a marca do Nightwish, e desta vez eles bateram o recorde de tempo de execução, se você gostou de “Ghost Love Score” e seus 10 minutos, “The Poet And The Pendulum” e “Song Of Myself” com os 13 minutos, vai se impressionar com “The Greatest Show On Earth” e seus 23 MINUTOS de alta viagem ao “O maior espetáculo da Terra”.

Um dos fatos que chamou a atenção foi a doce voz de Floor nas canções e poucas notas mais agressivas, foi um lado diferente que poucos percebiam já que no After Forever e Revamp era seu potencial máximo, diferente do Nightwish que foi bem moderado para se encaixar na banda, mas não seria nada mal colocar toda a sua potência neste novo trabalho ;).

Por isso neste novo trabalho, ainda é um namoro aonde o Nightwish e Floor estão se conhecendo e quem sabe no próximo disco já não tenha um casamento perfeito assim como foi Anette + Imaginaerum! Rumo a este desconhecido e novo Nightwish.

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Nightwish – Endless Forms Most Beautiful (2015 – Nuclear Blast Records)

Tracklist:

01. Shudder Before The Beautiful
02. Weak Fantasy
03. Élan
04. Yours Is An Empty Hope
05. Our Decades In the Sun
06. My Walden
07. Endless Forms Most Beautiful
08. Edema Ruh
09. Alpenglow
10. The Eyes Of Sharbat Gula
11. The Greatest Show On Earth

 

  NOTA DO ROCKBREJA: 09/10

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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