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Happy hour será no centro e pela primeira vez também haverá atividades culturais em todas as subprefeituras da cidade no fim de semana; abertura terá show de Ney Matogrosso no sábado, às 18h / Foto: Marcos Hermes / Agência Lens

A Virada Cultural, promovida pela Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Cultura, chega a sua 12ª edição. O evento será realizado nos dias 20, 21 e 22 de maio, com duas novidades: um happy hour na região central, das 17h às 23h da sexta-feira; e pela primeira vez, a programação se estenderá para todas as subprefeituras.

Com o intuito de refletir o espírito da “cidade que nunca dorme”, a Virada oferecerá um final de semana de programações culturais multidisciplinares gratuitas dos mais variados gêneros artísticos, com mais 700 atrações. Este ano o “esquenta” começa na sexta, no perímetro entre a Avenida Ipiranga e a Praça da Sé, onde 10 pontos recebem eventos, que vão de samba, jazz, choro, rap, música instrumental e intervenções visuais. O evento vai se integrar às atividades das noites de sexta no centro, em parceria com bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais da região.

Dentre os destaques deste dia está o Palacete Tereza Toledo Lara, que abrigará em seus cômodos a tradicional Casa de Francisca, um dos espaços mais significativos de música da cidade, onde artistas de diversas vertentes se apresentam e lançam tendências. Durante esse happy hour, a Casa de Francisca, que se mudará em breve para esta sede no centro, fará uma espécie de pré-inauguração no novo endereço, que abrigou a Rádio Record nos tempos áureos do rádio, no Centro Histórico de São Paulo. Diversos gêneros musicais estarão contemplados neste dia, com vários artistas na varanda do imóvel fazendo uma serenata para o público na rua, como Ná Ozzetti, Arrigo Barnabé, Luiz Tatit, Kiko Dinucci, Siba, Juçara Marçal, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, entre outros. O Happy Hour contará com várias apresentações, como a do Berço do Samba de São Mateus, reduto de compositores e músicos de São Mateus e de regiões próximas que surgiu há 20 anos com o propósito de valorizar, divulgar e revelar crônicas e poesias autorais em formas de sambas de roda, partido alto, samba de terreiro. Também haverá participação especial da sambista Eliane de Lima.

Ainda na sexta-feira, a parceria da Secretaria Municipal de Cultura com diversos teatros da cidade possibilitará entrada gratuita para espetáculos como A Alma Imoral, Justine, Canto para Rinocerontes e Homens, Só mais Uma e Trilogia do Subterrâneo. 

No fim de semana, a Virada Cultural descentralizada ganha força e o evento terá atividades culturais em todas as subprefeituras, indo muito além da já extensa programação realizada na região central. Ao todo, serão 28 ruas abertas, oito bibliotecas municipais, nove centros culturais, sete teatros municipais, 11 casas de cultura, 26 Viradinhas (programação especialmente preparada para as crianças), 10 CEUs (Centros Educacionais Unificados) e cinco palcos externos montados nos bairros: dois na zona sul, em Parelheiros e M’Boi Mirim; dois na zona leste, no Parque do Carmo e Jardim Helena; e um na zona norte, em Pirituba, com shows de bandas e artistas como Emicida, NX Zero, Nação Zumbi, Gaby Amarantos, Elba Ramalho e Chico César.

Palco Júlio Prestes

O Palco Júlio Prestes, considerado o principal palco da Virada Cultural, abre com show de Ney Matogrosso no sábado, às 18h. Este ano, as apresentações vão até 1h da manhã do sábado para o domingo. No domingo, a partir de meio-dia, a OSESP será regida por Isaac Karabtchevsky, com interpretações de Villa-Lobos, Stravinsky e Ravel. Entre os artistas escalados, Alcione, que se apresenta pela primeira vez na Virada, Criolo, Bay do Brasil e Armandinho, e Nação Zumbi com a banda suíça The Young Gods.

Ocupação Anhangabaú

É o nome da área, localizada na região do Vale do Anhangabaú, que receberá as intervenções do Australia Now, maior evento de cultura australiana no Brasil, com duas performances: Snuff Puppets, com o espetáculo “Everybody”, que explora a condição humana, do nascimento até a morte e promove uma investigação metafórica, metafísica e mágica do corpo em um boneco de 26 metros de extensão; e Pyrophone Juggernaut um instrumento experimental em grandes proporções que representa o pirofone (instrumento musical inventado em 1873), onde a música é acionada por fogo, além de um barco e um gigantesco instrumento de percussão com mais de 10 metros de altura. 

Em 2015, a Virada trouxe pela primeira vez um palco dedicado exclusivamente aos musicais, tipo de atração teatral que ganhou força na cidade nos últimos anos com espetáculos da Broadway em versão nacional e montagens inéditas. Nesta edição, o palco dos Musicais acontecerá no Vale do Anhangabaú. A programação terá sucessos de bilheteria apresentados de graça para a população. Espetáculos como “Elis, A Musical” e “Dzi Croquetes”, que passaram por palcos paulistanos, e outros que ainda estão em cartaz, como “Gilberto Gil, Aquele Abraço – O Musical”, “Raia 30 – O Musical”, e “Meu Amigo Charlie Brown”. 

Cortejos Cênicas 

Em uma iniciativa inédita, a Virada Cultural traz programação itinerante, na qual cortejos cênicos montados em cima de trios elétricos percorrem trecho entre a Avenida Rio Branco com Avenida Ipiranga, com atrações de música, dança, teatro e circo. O percurso será feito seis vezes. Estão entre os cortejos o Tarado Ni Você e Teatro Oficina com uma performance antropofágica; Santo Forte com Tutu Morais, Nau de Ícaros e Ilú Obá de Min, com música brasileira; Festa Mel com participação de Jaloo e as comissões de frente da Mocidade Alegre e Acadêmicos do Tucuruvi; Parada Emporderada com Gero Camilo, Johnny Hooker e Coletivos Desonestas de Danças Urbanas; e Pilantragi Básica (junção da festa paulistana com o coletivo mineiro) em combo com a Orquestra Voadora e Orquestra Brasileiro de Música Jamaicana, entre outros.

Palco de Mulheres

Este ano a Virada terá o Palco São João dedicado às mulheres, com apresentações exclusivas de artistas femininas. Por lá, diferentes gêneros musicais se encontrarão entoados por cantoras multifacetadas, do samba de Teresa Cristina ao funk de Valesca, passando por Ellen Oléria, Sandra Belê, Khrystal, Lei Di Dai, Céu, Elba Ramalho, a cubana Yusa e Elza Soares. As cantoras Céu, Maria Rita, Elza Soares e Clarice Falcão também passam por lá.

Conexão Latina

Um verdadeiro caldeirão musical com a mistura de ritmos como calipso, tecnobrega, forró, cumbia, salsa, carimbó, guitarrada, lambada entre outros, tomará conta do Palco Conexão Latina, na Barão de Limeira. Gaby Amarantos, Fafá de Belém, Mestre Solano, Saulo Duarte e a Unidade, Uaná System, Figueroas com o show “Lambada Quente” e as atrações internacionais, Cumbia All Star, do Perú, El Remolón da Argentina e Mitu da Colômbia se apresentam no local.

Cultura Popular

O largo do Paissandu será o território da cultura popular, produzida nas mais diversas regiões da capital e em outras cidades próximas. A partir das 18h do sábado, desfilam pelo local a Congada de Santa Efigênia, o Grupo Bongar, Maracatu Carcaxá e o samba de roda “Garoa do Recôncavo”, entre outros. 

Homenagem a Júpiter Maçã

As homenagens são sempre um dos pontos altos da Virada e, nesta edição, o evento relembra Júpiter Maçã, músico gaúcho morto no fim do ano passado. Sua marca registrada era o experimentalismo musical, explorado amplamente tanto na carreira solo quanto com as bandas TNT e depois a Cascavelletes, que fundou no fim da década de 1990 e ganhou projeção nacional. Para homenageá-lo, foram convidados Rogério Skylab, Wander Wildner, Plato Divorak, Fábio Golfetti, entre outros, para um show especial no palco Rio Branco. 

Palco Arouche

O Palco Arouche abre sua programação com a segunda edição do concurso Rainha da Virada, campeonato de lipsync (dublagens de músicas) entre artistas performáticas da noite LGBT. Yara Sofia, conhecida também como a Miss Simpatia da terceira temporada do programa RuPaul’s Drag Race, será a convidada especial, responsável por entregar a coroa à vencedora, além performances durante as batalhas. O palco segue com shows de Beto Barbosa, Genival Lacerda e a volta do grupo Fat Family, famosos nos anos 90, que se reúne para mostrar suas novas músicas dançantes e os hits que fizeram sucesso.

Theatro Municipal

O Theatro Municipal mantém a sua tradição de receber shows de álbuns na íntegra – uma das atrações mais procuradas da Virada – e os destaques desse ano são Hyldon, cantando “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda” (1975), Geraldo Azevedo, cantando “Bicho de 7 Cabeças” (1979), Wanderléia, cantando “Feito Gente” (1975) e o “Tremendão”, Erasmo Carlos, cantando “Carlos, Erasmo” (1971). 

Música para todos os gostos

O forró também marca presença com diversas atrações, entre elas o grupo Forróçacana, Genaro, Trio Xamego e Trio Macaíba, entre outros. Já o Palco República vai do afrobeat, passando pelo reggae ao funk, com Ponto de Equilíbrio, Bixiga 70 e o fenômeno MC Bin Laden, e as atrações internacionais Dianne Reeves (EUA) e Edmond Mondesir (Martinica). No Palco Afredo Issa/ Beneficência Portuguesa, Marina Lima e Strobo apresentam show inédito, além de nomes da nova música nacional como Jaloo, Bike, Érica Alves & Serge Erege, Síntese e Bike. Para os fãs da Dona Ivone Lara, haverá o Palco Samba, com direito a homenagem à sambista comandada por Mauro Diniz, Fabiana Cozza, Arlindo Cruz, Graça Braga e Leci Brandão, além de roda de samba somente de mulheres e comida de boteco no entorno.

Viradinhas

A programação especial dedicada às crianças se espalha por toda a cidade, ocupando 10 unidades dos CEUs, bibliotecas, Centros Culturais e 16 palcos externos, incluindo o Parque do Ibirapuera e Parque do Carmo. Entre os destaques, shows da dupla Palavra Cantada, do rapper Dexter com a MC Soffia, dos projetos Grandes Pequeninos e Beatles para Crianças, apresentações de grupos teatrais circenses como o Furunfunfum e o Mad Science nos CEUs, e oficinas de fantasias, criação de Livros, yoga para bebês, construção de instrumentos, música e brincadeiras afro-brasileiras nos Centro Culturais. Complementa a programação diversas atividades infantis, teatro e musicais. 

Infraestrutura

A São Paulo Turismo – SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos – é responsável pela maior parte da infraestrutura da Virada Cultural. Montagem dos palcos, equipamentos de som, postos médicos, ambulâncias, distribuição de totens de sinalização, instalação de banheiros químicos, grades e outras estruturas são planejadas pela empresa com antecedência. Algumas estruturas começam a ser montadas durante a semana, sem interferir na rotina da região central, para que tudo esteja pronto no fim de semana do evento. A empresa também montará áreas de lazer e recreação com brinquedos infláveis em dez unidades dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) e mais 15 locais espalhados pela cidade. 

Confira abaixo alguns números da Virada Cultural 2016:

•1.500 seguranças particulares
• 900 pessoas de serviço contratadas (bombeiros, carregadores e limpeza)
• Cerca de 50 pessoas de produção funcionários da SPTuris, mais 120 produtores contratados e 60 pessoas que cuidam de palcos
• 5 Postos Médicos por 24 horas com 42 ambulâncias, sendo 16 com UTI
• 7.000 metros de cercamento (grades e fechamento metálico)
• 10 telões de 4×3 metros cada
• 800 cavaletes e 100 cones para interdição das vias + 2 km de fita zebrada
• 50 geradores, gerando 10.500 kVA
• 1.200 sanitários entre padrão e adaptados para PNE instalados na região central e espalhados nos bairros
• 2.500 homens da GCM.
• 300 agentes de trânsito

Além disso, Centrais de Informação Turísticas móveis (em vans) estarão em funcionamento durante o evento para distribuição da programação e fornecer informações sobre atrativos da cidade. Vão funcionar nos seguintes dias e locais:
20/05 – Sexta-feira – Vd. do Chá, 15 (em frente à Prefeitura), das 16h às 23h e CIT Olido, das 9h às 22h
• 21/05 – Sábado – Vale do Anhangabaú, das 16h às 23h e CIT Olido, das 9h às 22h
• 22/05 – Domingo – Parque Ibirapuera, das 10h às 17h

A AMLURB contará com 450 profissionais de limpeza, além de equipamentos atuando no Circuito da Virada. Até o fim de semana da Virada, a ILUME trocará 724 luminárias na região Central e no Beco do Batman.  Apenas a iluminação da Praça da República contará com um investimento de R$ 1,8 milhão. A Guarda Civil metropolitana terá um efetivo de 2.500 homens atuando por todo o perímetro. A Companhia de Engenharia de Trânsito contará com 300 agentes. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras terá fiscalização atuante nos Palcos Externos Descentralizados e também nas 28 ruas abertas. A Subprefeitura Sé disponibilizará de 2 a 3 equipes de fiscalização na sexta-feira e 6 equipes no sábado e domingo, sempre atuando em conjunto com a GCM. 

Perfil do público e turistas

A pesquisa realizada na última edição da Virada Cultural, dias 20 e 21 de junho de 2015, pelo Observatório do Turismo, núcleo de estudos e pesquisas da SPTuris, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, revelou que o perfil do público que frequentou o evento era composto por pessoas com média de idade de 33 anos, sendo 53,9% mulheres e 46,1% homens. Do total de entrevistados, 85,7% eram residentes na capital paulista, 5,9% da Grande São Paulo e 8,4% de turistas, sendo 0,1% de estrangeiros (França e Portugal foram países citados). O gasto médio pessoal durante a Virada é de R$ 59,60.

A nota média do público dada para a Virada Cultural 2015 foi 8,2, e as avaliações do evento com maior pontuação foram: Acesso (29,9% acharam ótimo e 59% bom); Atrações/ Espetáculos (27,3% ótimo e 57,8% bom); Infraestrutura geral (26,1% ótimo e 60,1% bom), Programação (24,5% ótimo e 59% bom). Para 25% dos 1.846 entrevistados, o que motivou a presença foi novas atrações e talentos, 16,4% disseram que a programação de cultura popular foi a que mais agradou, e 26,7% alegaram que a MPB é o estilo musical que mais gostariam de ouvir na Virada. Do público presente, 65,8% não esteve na edição 2014 do evento.

Este ano, será feita nova pesquisa na Virada Cultural com cerca de 1,2 mil entrevistas em 15 locais com 20 pesquisadores. O levantamento completo de 2015 está disponível no site observatoriodoturismo.com.br

Curadoria 2016

Como um festival múltiplo e inclusivo, a Virada busca promover todos os tipos de linguagens artísticas e manifestações culturais, a organização do evento contou com um time multidisciplinar de curadoria colegiada formado por representantes de áreas diversas, como: gastronomia, com Alex Atala, chef proprietário dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, e do bar Riviera; samba, com Moisés da Rocha, radialista e locutor do programa “Se Não Fosse o Samba”; música, com a cantora Maria Gadu, o músico paraense Felipe Cordeiro e a cantora e compositora, Anastácia,  parceira musical de Dominguinhos; artes cênica com Hugo Palosso, palhaço, ator, autor, diretor e um dos fundadores do grupo Parlapatões; e teatro, com o diretor Pedro Granato.

Gil Marçal, produtor cultural que trabalhou por anos com interface em programas de cidadania cultural, atuou no âmbito da programação de cultura popular. Da equipe da Secretaria Municipal de Cultura integram a curadoria Gabriela Fontana, coordenadora de programação do Circuito Municipal de Cultura, Karen Cunha, coordenadora de eventos, Fernando Dourado, curador de dança, Júlio César Dória, curador de teatro, Ana Luíza Aguiar, curadora de música, e Martinho Lutero, maestro do Coral Paulistano, que participa de todas as comissões. 

Este ano foram mais de 16.005 propostas de projetos recebidas pela Secretaria Municipal de Cultura para integrar a Virada Cultural, enviadas pelo site no período de 05 de fevereiro a 02 de março, o que representa o dobro do ano de 2015. Do total da programação, mais de 70% foi montada com projetos inscritos.

A programação completa, com datas, horários e todas as informações sobre a Virada Cultural estão disponíveis no site: www.viradacultural.prefeitura.sp.gov.br

 

 

 

Fonte: Agência Lema

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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