Nunca é uma tarefa fácil resenhar um disco do Angra, o peso do nome nos remete a entender que este ícone do metal nacional deixou definitivamente tattooado no corpo do Brasil seu nome.
Ømni, um trabalho que promete, segundo seus próprios integrantes e assim esperamos, uma revolução e deixar sua marca entre os álbuns mais especiais de todos os tempos.
Segundo eles, Ømini é um trabalho muito especial que resume tudo o que o Angra foi e é, tendo influencias de seus trabalhos anteriores, ou melhor, é um pouco do trabalho de cada disco anterior.
Vamos ver como isso foi representado, como toda a história deste ícone do metal nacional, neste trabalho.
Vamos ao review, faixa a faixa!
1 – Light Of Transcendence
Música com bela influência de speed metal e que lembra, em alguns momentos, “Nova Era“, principalmente nas partes das guitarras individualmente e das guitarras com as partes orquestrais e, obviamente, a rapidez também.
2 – Travelers Of Time
Primeiro Lyric video (que pode ser conferido AQUI!) que saiu deste novo trabalho.
Gosto bastante desta pois está mais lenta que a anterior e mais compassada também. Além da bateria, também gostei bastante do “coro” que foi colocado na música.
Nesta, Rafael divide os vocais com Lione.
Estas duas primeiras faixas me agradam muito. São cotadas para serem as possíveis preferidas do disco… porém temos mais sons para ouvir e avaliar!
3 – Black Widow´s Web
Esta faixa foi o motivo de muita especulação já que tem o nome de duas grandes cantoras: Sandy e Alissa White–Gluz.
Temos o início e final desta com Sandy, com sua cristalina voz e um teclado. Na seqüência vem um som sombrio, parecido com um Black Metal. Depois entra Lione e logo em seguida a Alissa White–Gluz com seu vocal gutural.
O refrão é muito bom porque marca bastante, mas os três vocais entrarem em seguida, um na seqüência do outro não achei que ficou muito bom.
Como sugestão ou poderiam deixar o Lione de fora desta ou, apenas, fazendo o refrão que é bem marcante e que ficou bem legal na voz dele. Assim aproveitariam um pouco mais as duas convidadas.
Segundo os integrantes, esta música faz referência à personagem “Viúva Negra” e um detalhe é que quase Sandy não participa, popularmente dizendo, parece que ela conseguiu participar aos “45 min do segundo tempo“, devido à quase incompatibilidade de agendas.
4-Insania
Refrão bem forte com bateria fragmentada. Gosto desta música pois ela, juntamente com “Magic Mirror” são as mais próximas de um Hard Rock, o que normalmente é incomum para o Angra, mas que ficou bacana.
5-The Bottom of my Soul
Balada equilibradamente cantada por Rafael. Até porque é uma música que tem uma atmosfera que se espera isso, sem muito virtuosismo, sem agudos rasgados, nada além do básico e feito com muita competência. Este som é a cara do projeto solo de Rafael, o Bittencourt Project.
6 – War Horns
Com participação mais que especial (já que se trata de um ilustre ex-membro!) de Kiko Loureiro. Música bem veloz, no estilo speed metal, assim como a primeira “Light of Transcendence” e com refrão bem forte e marcante.
E esta ja tem vídeo oficial que pode ser conferido exatamente AQUI!.
Sua letra contém duas citações bíblicas: Apocalipse 12:1, em seu começo, e Mateus 24:29-30, em seu final.
7 – Caveman
Esta tem alguns elementos regionais e a batida da bateria também remete à isso. Tipo um baião e coisas do tipo. Vale ressaltar que também tem algumas frases em português nesta faixa.
Ela começa de um jeito e tem seu andamento totalmente modificado no decorrer da música.
8 – Magic Mirror
Outro Hard Rock do Angra, se é que podemos rotular assim. Ficou bem bacana e na minha humilde opinião é a melhor música do disco.
9 – Always More
Pra quem gosta de balada, mais uma. Lione se apresenta aqui, em algumas partes, com sua voz “ao natural“. Confesso que até pensei que fosse mais uma participação especial, mas não, é Lione, mais ao natural mesmo. Achei que ficou bom o resultado final, ficou inesperado.
10 – Ømni -Silence Inside
A maior música do disco e mais uma cantada por Rafael Bittencourt, que divide os vocais com Lione.
Esta, também, poderia fazer parte do disco solo dele. Também achei o resultado bem legal na voz do Rafael.
11 – Ømni – Infinite Nothing
A única música Instrumental do disco. Nos remete aquelas músicas orquestradas que ouvimos em filmes como Superman.
Arte
Como resenhamos a versão digital deste trabalho, somente podemos avaliar a capa. Segundo a própria banda, Ømni significa “tudo” (oriunda do Latim), em sendo assim a capa poderia ser qualquer desenho. É originada da arte de Daniel Martin Diaz. Parece uma mistura de Raio-X com aquelas placas de componentes eletrônicos adicionadas à várias simbologias (caveira, planetas, disco voador, etc) remetendo à algo referente a ficção científica e à anatomia. O resultado ficou bom.
No Geral
Refrãos fortes em praticamente todas as músicas. Este é um ponto extremamente positivo para um novo trabalho.
Nas músicas em que o Rafael se propos a cantar, ficaram muito boas. É bom deixar claro aqui que o Rafael é um bom cantor, tanto é que tem seu Bittencourt Project, e canta muito bem lá. Uma outra coisa é exigir (ou se esperar!) que ele cante no estilo Angra, com agudos e tal, isso não vai acontecer e o problema é que muita gente “espera” isso. Vejam vocês na música “The Bottom of my Soul“, canta muito bem e o resultado saiu muito bom.
Para algumas canções, penso que poderiam aumentar o som da bateria ou deixá-la mais limpa, principalmente a parte da caixa, acredito que assim valorizaria mais ainda o som, pois em alguns momentos ouvimos mais baixo do que o normal.
Algumas músicas parecem não se encaixar, de alguma forma, no contexto do disco. Parecem muito diferentes umas das outras, não tendo um único direcionamento, porém e talvez isso seja proposital. Se o for está tudo certo!
A música instrumental, Ømni – Infinite Nothing, eu deixaria para tocar no final dos shows apenas, no disco aproveitaria para colocar alguma “sobra de estúdio“, que sabemos que sempre tem, justamente pra aproveitar a energia da banda como um todo.
Eu vejo um possível grande problema: o Angra ja mudou muito de formação, tanto é que só tem um integrante da formação original, o Rafael, e representar toda a carreira em um disco é um desafio muito grande.
Bom, tirem suas próprias conclusões ao ouvirem Ømni, o novo trabalho da maior banda de metal do Brasil: Angra.
Vão levar 8 cervejas estupidamente geladas
Formação
Fabio Lione – Vocal
Rafael Bittencourt – Guitarra e Vocal
Marcelo Barbosa – Guitarra
Felipe Andreoli – Baixo
Bruno Valverde – Bateria
Track List
1 – Light Of Transcendence
2 – Travelers Of Time
3 – Black Widow´s Web
4 – Insania
5 – The Bottom Of My Soul
6 – War Horns
7 – Caveman
8 – Magic Mirror
9 – Always More
10 – Ømni – Silence Inside
11 – Ømni – Infinite Nothing
NOTA: 
08/10