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Em Gilgamesh, as composições apresentam uma visão mais pessimista e distópica da vida / Foto: Divulgação

Mais um rebento dos eventos dionísicos da UFPR, berço de bandas como Banda Gentileza e Sabonetes (hoje Esperanza), Foba é a reunião de Giuliano Batista com Wonder Bettin (Esperanza), Thiago Busse, Yuri Vasselai (Trem Fantasma) e Thiago “Trosso” Jorge (LouDog, Abraskadabras). Após um marcante lançamento do primeiro EP, Coroados, que mostrou um deslumbre de juventude, o projeto apresenta agora Gilgamesh, um retrato de inconformismo frente ao amargor das decepções e à melancolia do próprio tempo.

Foba_Gilgamesh_Cover

Liderado por Giuliano, para quem o sonho de fazer música se resumia a noites bêbadas de improviso e um violão, o grupo viu no retorno de sua estreia o combustível para voltar aos estúdios. Ou melhor, para o quarto. “Para manter o ar amigável e descompromissado, gravamos as três faixas no quarto do irmão do Trosso”, conta o músico.

As composições, essencialmente roqueiras, bebem em fontes de folk, stoner e psicodelia. “Não há como saber exatamente onde as coisas se misturam”, completa Giuliano. Exemplo dessa diversidade pode ser encontrado em faixas como “O Gato da Caixa”, que coloca em um caldeirão o gato vivo morto de Shrödinger, o épico sumério de Gilgamesh, referências a Castañeda, Jim Morrison e Rimbaud.

As outras duas faixas, “Cão do Inferno”, que faz referência direta ao escritor Bukowski (“Love is a dog from hell”) e “Ficando Velho”, que traz a gravação de uma autópsia em meio a solos de guitarra, completam a tríade sinistra de Gilgamesh. Para a banda, o novo EP é como uma viagem desequilibrada, de destino desconhecido. “Ora despretensiosa, ora perturbadora”, dizem os músicos.

Fonte: Agência Varanda

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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