No segundo dia do Rock in Rio 2015, a Cidade do Rock estava toda programada especialmente para os fãs metaleiros. Da Rock Street ao Palco Mundo, tudo foi pensado para fazer com que os roqueiros se sentissem mais uma vez em casa. Às 14h, os portões se abriram e o público ocupou o gramado com suas camisetas pretas, coturnos e cabelos coloridos. Famílias, amigos e casais do rock pauleira aproveitaram todas as atrações que surgiam à medida que iam conhecendo as novidades do festival.
Karen do Carmo, 22 anos, e Leandro Leal, 32 anos, vieram de Teresina e viajaram 4h30 para ver a banda Metallica. Leandro, que vai trabalhar dobrado depois para compensar os dias de folga que tirou para curtir os shows, elogiou o Rock in Rio. “Já vim outras vezes e sempre me surpreendo com o tamanho do evento, da organização. É incrível!”, exaltou. Giovanna Vieira, de 17 anos, correu e garantiu seu espaço e o de sua mãe com uma canga bem perto do Palco Mundo. Pela terceira vez no Rock in Rio, Giovanna explicou porque escolhe vir nos dias de rock pesado. “Eu vim ver Motley Crue. Nesses dias, o clima é maravilhoso, clima de amizade, para cima, é tranquilo, diferente do que muita gente pensa,” contou a carioca.
Palco Sunset lota com Angra e Rock Street atrai atenção de público metaleiro
A primeira banda a se apresentar no Palco Sunset foi a Noturnall +Michael Kiske, que entrou no palco às 15h15 e esquentou o público sedento por música. Formado em 2014, o grupo mistura o metal pesado, sem deixar o progressivo e o melódico de lado. O Noturnall é formado por ex-integrantes do grupo Shaman, Thiago Bianchi (vocal), Fernando Quesada (baixo), Léo Mancini (guitarra), Junior Carelli (teclado), e por Aquiles Priester (baterista).
Logo depois, o palco tremeu com a tão esperada Angra, que pela segunda vez levou os metaleiros ao delírio no Rock in Rio – o grupo marcou presença também na edição de 2011 -, acompanhada de Dee Snider, vocalista do Twisted Sister, com seu visual irreverente, e de Doro Pesh, a rainha do metal que arrasta fãs desde a década de 80. O público entrou em transe com os sucessos “Rebirth” e “Carry On”.
A terceira banda do Sunset entrou com a intenção de representar o metal industrial e fez isso muito bem. Com distorções eletrônicas e guitarras pesadas, Ministry recebeu Burton C. Bell e deixou o clima mais sombrio na Cidade do Rock. Caveira, máscaras e bengala formaram o figurino do vocalista Al Jorgensen.
Dançarinos do Palco Street Dance, que fica em frente ao Sunset, se apresentaram hoje ao som de músicas de Metallica, Korn e Slipknot. O coreógrafo Filipe Ursão contou que desde 2013, a programação do palco, dirigido por Miguel Colker, tem a intenção de atrair o público do metal. “Nós queremos chamar a atenção deles. O hip hop tem influências do rock e usamos isso para construir a coreografia. A atitude rock passa pela performance e chega até aos nossos figurinos”, explicou Ursão. A todo vapor das 14h30 às 2h da manhã, os dançarinos ensaiaram durante três meses. Tago Oli, que dança profissionalmente há 11 anos, conta que a reação do público no dia de hoje é diferente, mas igualmente empolgante. “Nós saímos da zona de conforto para que eles se aproximem. O público não dança com a gente, mas acompanha atento e balança a cabeça, com uma expressão de aprovação, bem rock n roll,” disse sorrindo o dançarino.
Em sua terceira edição, a Rock Street atraiu o público do segundo dia de festival. Ainda no meio da tarde, a banda Krow, formada por três músicos de cabelos muito compridos chamavam a atenção e fez o público balançar a cabeça sem parar ao som de muito heavy metal.
Direto de Porto Velho, e com camisas personalizadas com o nome da cidade, sobrinhos, filho, irmão e Anderson de Amorim, 46 anos, se maravilhavam com as atrações da edição comemorativa de 30 anos. Metaleiro desde pequenininho e fã do festival, o eletricista esse ano trouxe o filho Yan, de apenas sete anos, que, segundo o pai coruja, foi ninado com as músicas do Metallica. “Não consegui dormir essa noite. Estou muito feliz e ansioso, esperei muito por esse show. Na minha casa tem rock todo dia”, contou o menino com os olhos atentos e as pernas inquietas. Já a sobrinha Alannis, de cabelos vermelhos, ganhou o ingresso e a viagem como presentes de aniversário de 15 anos. “Não quis festa de jeito nenhum, escolhi o Rock in Rio sem pensar duas vezes. Quero ver Metallica tocando One, minha música preferida,” disse a estudante.
Capela do metal
No primeiro dia do metal no Rock in Rio, o casamento do dia não poderia ser diferente. O casal era do metal. O noivo Alberto Nunes não fugiu do dress code do público, que em geral veio de camisa preta, e usou um terno escuro e all star. Já a noiva preferiu manter a tradição e casou com um vestido longo branco, como manda o figurino. Há seis anos juntos, os dois, que enviaram um vídeo e foram um dos casais escolhidos pela organização em concurso realizado na internet, realizaram o sonho de oficializar a união no maior festival de música e entretenimento do mundo.
O repertório era outro show à parte. O tão aguardado “sim” foi ao som de “Love of my live”, do Queen. E a animação do casal não acabou por aí. Eles correram para o stand da Pepsi, que fica em frente à capela, e está realizando um karaokê com banda ao vivo, e cantaram juntos a música “Do seu Lado” do Jota Quest.
Sobre o Rock in Rio
Com 30 anos de história, o Rock in Rio é o maior evento de música e entretenimento do mundo por uma série de razões. Das quinze edições anteriores, cinco ocorreram no Brasil (1985, 1991, 2001, 2011 e 2013), seis em Portugal (2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e 2014), três na Espanha (2008, 2010 e 2012) e uma nos Estados Unidos (2015). Em setembro, a sexta edição no Brasil acontecerá na Cidade do Rock.
Combinando todas as edições já realizadas, mais de 7,7 milhões de pessoas já participaram do evento. Outro número que não para de crescer é o das redes sociais, nas quais o Rock in Rio está quebrando recordes com mais de 11 milhões de seguidores. Em termos de atrações, somando-se as edições brasileiras, portuguesas, espanholas e americana, mais de 1.359 atrações musicais se apresentaram nos palcos do Rock in Rio, com um total de 1.200 horas de música, com transmissão para mais de 1 bilhão de telespectadores em todo o mundo, pela TV e Internet.
Ao longo dos anos, mais de US$ 530 milhões foram investidos na marca. Além disso, mais de US$ 23,2 milhões foram investidos em projetos sociais e ambientais. Mais do que os índices de audiência e de investimentos significativos, o Rock in Rio tem ajudado na economia dos lugares visitados: mais de 148 mil postos de trabalho foram gerados ao longo dos últimos 29 anos. Na Espanha, o festival é top of mind, superando a concorrência da Fórmula 1. Na edição de 2013, 46% da plateia do Rock in Rio era de fora do estado do Rio de Janeiro. O impacto econômico da edição de 2013 na cidade, publicado pela Riotur, foi de R$ 1 bilhão, e as taxas de ocupação de hotéis eram de cerca de 90% no período.
Fonte: Approach Comunicação Integrada