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Psychotic Eyes – Olhos Vermelhos (2018)

O que começou com uma brincadeira, anos mais tarde no evento “Rock In Poetry” seria a realização de algo inusitado: Death Metal Acústico, se é que podemos rotular assim! (lembrando que o foco aqui não é “rotular” o som de uma banda e sim a divulgação de seu material!).

Olhos Vermelhos é o título do mais recente trabalho da banda de São Paulo Psychotic Eyes, formada em 1999. Este é um trabalho especial não somente por ser a concretização de um registro mas também a inusitalidade do conteúdo do material.

Se você não ouviu o disco ainda, neste momento da resenha, preciso lhe dar um conselho: antes de qualquer coisa precisamos estar com a cabeça e mentes abertas para ouvir um som desta vertente do metal, o Death Metal, em versão acústica.

Confesso que não foi nada fácil, pois senti muito a falta do peso de batera, guitarra, teclados na verdade o som pesado que a atmosfera deste estilo carrega consigo. Mas confesso, nem por isso ofuscou o brilho dos acordes dos violões somados aos vocais guturais que o estilo marcam.

Ao ouvir pela primeira vez achei tudo muito estranho, até mesmo por ser novidade para mim, precisei ouvir mais algumas vezes para poder me acostumar um pouco mais com o ambiente proporcionado e este é um outro conselho que lhes dou: ouça quantas vezes forem preciso!

Letras ou poesias declamadas com técnica, emoção em uma mistura não convencional pode até ser um divisor de águas, como dizem por aí, mas isso somente o tempo dirá, não precisamos ficar aqui tentando adivinhar isso ou aquilo. A única certeza que temos é que mais cedo ou mais tarde o futuro chega.

Três das quatro faixas são cantadas em inglês e apenas a faixa título, Olhos Vermelhos, está em português.
Praticamente todas elas falam de perdas em seus mais diversos aspectos (perdas amorosas, perdas da fé na humanidade, dor da separação (pela morte) de um ente querido), tudo isso associado à dor, tormento, esperança, dentre outros sentimentos.

A minha faixa preferida é a “Life“, tem uma atmosfera diferente das demais, pelo menos na minha opinião.

Arte
Como recebemos a versão digital, só podemos comentar sobre a arte da capa que é da artista gaúcha Nua Estrela. Uma bela tela por sinal.

No Geral
É uma experiência um tanto interessante misturado à desafiadora e visionária percepção dos integrantes do Psychotic Eyes, já que nunca ouvi nada nesta linha: a leveza do acústico com o peso do gutural. Na verdade apenas violão e voz e nada mais. Até que eu poderia sugerir colocar um teclado, daria um ar mais medieval e sombrio mas a galera quis inovar mesmo: violão e voz e muita atitude.

Me fez lembrar muito a banda Vulcano no espetacular disco “Live!“, que recita e declama palavras antes de algumas músicas.
Tudo isso é um tanto interessante, encaro como um experimento e um experimento bem desafiador já que parece ser o primeiro registro de um Death Metal acústico, porém como escrevi no início, só o futuro irá dizer!

Algo que gostaria de acrescentar é que estranhei este registro ter apenas quatro faixas e, ao meu ver, foi o suficiente pois se tivesse 9 ou 10 faixas as mesmas poderiam soar um pouco “massante” para os ouvidos menos acostumados.

Pelo desafio, pela emoção, pela virilidade e versatilidade das letras, vão levar 7 brejas extremamente geladas!

 

Formação
Dimitri Brandi (Violão e Voz)
Douglas Gatuso (Violão e Voz)

 

Track List
01 – Olhos Vermelhos
02 – Dying Grief
03 – Hand Of Fate
04 – Life

NOTA:   07/10

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