Texto escrito por Sergio Martins – crítico musical
O heavy metal agoniza, mas não morre. O gênero musical criado numa sexta-feira 13 de 1970, com o lançamento do álbum de estreia do quarteto inglês Black Sabbath, dá mostras de fôlego num mercado dominado por estilos mais, digamos, “palatáveis”.
Segundo um estudo divulgado em 2019 por uma empresa que fornece conteúdo musical para as plataformas de streaming, o rock pesado e seus derivados são os ritmos que mais cresceram em streaming e download em 2018: 154% contra 133% do pop japonês e 68% do R&B e da soul music. A América Latina, por seu turno, é um terreno fértil para investimentos no mercado da música. Recentemente a Spotify lançou o Fan Study, perfil de consumidores de música. A pesquisa mostra que o continente concentra o maior número de pessoas dispostas a escutar as novidades musicais do mercado. A cidade de São Paulo, aliás, forma um triunvirato de sucesso ao lado da Cidade do México e Santiago, capital do Chile.
Diante de um cenário tão otimista em tempos de crise, o lançamento do Outono Music deve ser celebrado com solos de guitarra e ribombar de baterias. O projeto reúne duas figuras de conhecida eficácia no meio do heavy metal, Damaris Hoffman e Baffo Neto. Damaris tem experiência em assessoria de imprensa e produção de shows internacionais. Neto, além de também lidar com produção artística, é baixista do Project46, um dos grupos mais respeitados no meio do rock pesado. A dupla já tinha unido forças em 2008, quando da criação da Hoffman & O’Brian Marketing Artístico, especializada não somente na produção de shows, mas também em marketing e ações de cunho social. O Outono, contudo tem planos ainda mais ambiciosos para o mercado musical brasileiro e internacional.
O novo selo atua em parceria com a Universal Music, que atualmente lidera o mercado brasileiro. Seu objetivo vai além da comercialização de músicas. Ele quer trabalhar a performance e a distribuição dos artistas e estreitar laços comerciais e midiáticos com o mercado latino. “Nós queremos criar um intercâmbio de artistas já consagrados com novos nomes e ampliar os espaços para artistas de rock e metal no mainstream”, define Hoffman.
O Outono é um selo no qual a marca e o cast andam lado a lado. Explicando melhor: embora os artistas tenham de passar pelo critério de avaliação dos responsáveis pelo Outono, é a marca e a importância do projeto que guiam a nova companhia. “Não vamos basear nossas atividades na credibilidade de nenhum artista, vamos basear o trabalho do label no potencial de mercado do segmento neste território, e nas diversas ações que vamos criar em conjunto com os artistas e mídias parceiras. Esse sempre foi o nosso diferencial”, professa Baffo Neto.
O selo irá atuar no desenvolvimento de artistas já atuantes que desejam ampliar suas atividades para outros territórios. Que podem ser feitos através da network construída pelas empresas envolvidas no planejamento e em todas as etapas da criação de um novo projeto musical: engrandecimento da marca, criação de plano de marketing, produção artística e gravação com estúdios associados. Um desses parceiros de gravação é o Dharma Music, de São Paulo, do produtor musical Rodrigo Oliveira. Haverá também uma forte presença de empresas parceiras na difusão de carreira e no booking, em conjunto com os artistas assinados e distribuição, campanha de air play e pitching com as plataformas digitais em colaboração com a Universal Music.
“A Universal Music Brasil fica muito feliz com esta nova parceria com o selo Outono Music, que é especializado em rock. Entendemos que o mercado brasileiro de música é muito grande e diverso. Criar parcerias com empresas como o Outono Music, que conseguem aprofundar em segmentos e gêneros, nos ajuda a cumprir nossa missão de oferecer músicas de qualidade de todos os gêneros”, exalta Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil. O Outono Music, nos perdoem o trocadilho, chegou para fazer barulho. E com a velocidade de uma banda de thrash metal.
Fonte: Hoffman & O’Brian