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Carlo Bressiani, diretor da ESCM / Foto: Divulgação

O crescimento no número de rótulos nas prateleiras e cartas de cervejas no Brasil não é apenas impressão do consumidor. Um levantamento realizado pela Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), mostra que o número de cervejarias no país aumentou 39,6% em 2016. Foram 148 novas empresas. Até dezembro, elas produziram 13,8 bilhões de litros de 9.314 rótulos diferentes. Os dados comprovam que o mercado artesanal já representa próximo de 1% do total produzido no Brasil. Geograficamente, 90% das cervejarias estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste.

Inédita e espetacular são os termos utilizados pelo diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, Carlo Bressiani, para definir esta expansão. “Há três grandes motores por trás desta onda empreendedora: incremento no consumo através da descoberta de novos sabores, investidores atentos a este mercado que cresce mais de 20% ao ano e também a crise, que leva os profissionais a buscarem novas alternativas de trabalho”, comenta.

Há vários desafios para que o mercado das artesanais siga com este ritmo de crescimento, segundo Bressiani. O primeiro deles é a concorrência muitas vezes desleal das grandes cervejarias, que além de práticas como o dumping ainda contam com isenções tributárias que não chegam aos negócios de menor porte.

“Em relação ao mercado, existe ainda a falta de entendimento do consumidor sobre o valor praticado pelas cervejarias artesanais, que leva em consideração o custo das matérias-primas de mais qualidade. Por outro lado, as fábricas do setor também têm menor produtividade, menos possibilidades de investimentos fabris e uma carga tributária incompatível com a realidade”, destaca o diretor.

Em relação à tributação, Bressiani aposta que a possibilidade de adesão do Simples, aprovada em novembro de 2016 e válida a partir de janeiro de 2018, vai motivar mais empreendedores e fortalecer as microcervejarias que já estão em atividade. “A produção média das cervejarias brasileiras é de 20 mil litros ao mês. Com a inclusão na nova faixa tributária, muitas delas vão ganhar competitividade”, diz.

Bressiani é otimista em relação ao futuro do setor no país. “Há um interesse crescente pela profissionalização dos trabalhadores e empreendedores do setor. Há um mundo de apaixonados se dedicando cada dia para fazer melhores cervejas, reduzir custos, criar eventos, disseminar cultura cervejeira e ouvir com atenção o consumidor. Prevemos dias ainda melhores, com crescimento sustentável e a possibilidade de beber a cerveja da sua região a cada um dos brasileiros que apreciam este precioso líquido que é arte, ciência, história, gastronomia e cultura”, comenta.

 

Fonte: Melz

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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