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Juninho (Ratos de Porão)

Foto: Mateus Mondini/UOL

Nosso oitavo RockBreja + Prosa vem direto e reto!

A banda Ratos de Porão completou este ano, 30 anos do álbum “Crucificados pelo Sistema”, um dos álbuns mais importante na cena Punk do Brasil, sendo considerado uma das grandes influências das antigas e novas gerações de bandas do gênero. Com uma bagagem grande de carreira, já foram lançados cerca de 15 álbuns de estúdio, 3 ao vivo e algumas coletâneas. Depois de passar por muitas mudanças de integrantes, desta vez a banda se encaixou com a nova formação.

Conversamos com o baixista Juninho, adepto ao veganismo e ao straight edge (defende a total e perene abstinência em relação a entorpecentes (tabaco, álcool e as chamadas drogas ilícitas)), ele falou sobre sua carreira, de sua entrada na banda, projetos paralelos e outras coisas… Bora conferir?

 

ROCKBREJA: Este ano o álbum “Crucificados pelo Sistema” completa 30 anos, existe uma possibilidade de uma turnê comemorativa?

Juninho: Rolaram alguns shows comemorativos dos 30 anos do Crucificados, formação original daquele época com Gordo no vocal, Jão na batera, Jabá no baixo e Mingau na guitarra.

Rolou aqui em São Paulo o primeiro, depois Circo Voador no Rio e um também em BH.

Fora isso tão rolando os shows normais do Ratos, mais voltados pro discos novo Século Sinistro.

 

ROCKBREJA: Ainda falando de “Crucificados pelo Sistema”, o projeto inicial foi de juntar os integrantes que gravaram o álbum para fazer os shows, vocês ainda tem essa ideia em mente para uma gravação de um DVD?

Juninho: No Circo Voador o show foi gravado, a ideia é lançar um DVD sim comemorativo, mas ainda não assisti como ficou, o áudio também, nem sei se está 100% finalizado, mas espero que agilizem isso pra sair até o final do ano.

cps30 anos do álbum Crucificados Pelo Sistema

ROCKBREJA: Sobre as composições do novo álbum “Século Sinistro”, levaram muito tempo para ser composto?

Juninho: Há uns 5 atrás começamos a compor alguns sons novos, daí uma parte deles foram pra um split que gravamos com uma banda da Espanha, Looking for an Answer. Isso saiu em CD e LP 10″ na época, e o restante dos sons já são coisas que sobraram pra gente mexer e começar a compor o restante do Século Sinistro.

O ano passado inteiro ficamos ensaiando essas músicas, e o disco foi gravado em novembro de 2013.

rdpss Século Sinistro (2014)

ROCKBREJA: Os Ratos de Porão são pioneiros da cena Punk Rock no Brasil, mesmo depois de anos de estrada, fez um álbum muito atual, isso é um incentivo para as novas bandas não pararem no tempo?

Juninho: É muito difícil pra uma banda de tantos anos não decepcionar o público, a expectativa é grande, então não podemos apresentar qualquer coisa. Nos preocupamos muito com a qualidade da gravação, composições, letras, etc… se é pra fazer que seja bem feito!

E como você mesmo disse, incentivo pras bandas não pararem no tempo, pois é possível sim estar sempre atualizado, ouvindo de tudo e conseguindo criar algo que agrade o público fiel ao hardcore, punk e metal.

 

ROCKBREJA: Depois do lançamento do álbum, como foi a recepção dos fãs sobre este novo trabalho?

Juninho: O pessoal tá gostando bastante, muitos comentários positivos e isso nos deixa contente.

É claro que tocamos em primeiro lugar pro nosso prazer, é algo natural de todos da banda em estar compondo essas músicas, fazendo um trabalho verdadeiro. Daí você pega o resultado de tudo isso e consegue agradar seu público, é realmente muito gratificante!

 

ROCKBREJA: A letra da música “Conflito Violento” é uma referência ao movimento Black Blocks?

Juninho: É sim! É uma homenagem aos manifestantes que bateram de frente com a violência gratuita do Estado.

Desde junho de 2013 aconteceram inúmeras manifestações em todo país, e os Black Blocks são algo que representaram uma resistência ao medo, mostraram que podemos suportar os absurdos cometidos ao povo que saiu as ruas batendo de frente. Vimos inúmeras cenas de injustiças, com pessoas idosas, crianças, jornalistas sofrendo com a violência policial, com a intenção de desencorajar as pessoas à voltarem às ruas, mas esse movimento criou uma força contrária, uma resistência mesmo contra essa força repressora.

 

ROCKBREJA: Uma das faixas do álbum é um cover da banda Anti Cimex, quem escolheu a banda para regravar esta música?

Juninho: Foi uma escolha do Gordo. Anti Cimex foi uma banda muito importante nos anos 80 pro punk brasileiro, todo mundo aqui ouvia muito, você pode ver fotos antigas onde muitos punks usavam patches, camisetas, e até mesmo escrito de “liquid paper” nas jaquetas de couro.

Foi uma homenagem por todos esses anos que passaram e ainda se mantém importante.

anticmexAnti Cimex

ROCKBREJA: Em um próximo disco (já queremos outro, rs), pode ter um cover da banda Venomous ? Sei que você é fã.

Juninho: Venomous Concept? sou fã sim! mas não sei se rolaria um cover de uma banda mais atual.

E sobre um próximo disco, não pensamos ainda em nada.

 

ROCKBREJA: Em maio deste ano vocês tocaram no Maryland Deathfest, qual foi a sensação de vocês por ser os representantes brasileiros a tocar em um evento desses?

Juninho: Cara, o Boka estava tentando marcar o Ratos nesse festival já tem alguns anos. Dessa vez deu certo, e a sensação foi diferente porque foi a primeira vez que tocamos num evento grande assim nos USA.

Infelizmente o Jão não foi com a gente, ele teve problemas em conseguir o visto, daí levamos o Estevam, guitarrista do Desalmado.

 

ROCKBREJA: Tem uma banda que para você é sua maior influência?

Juninho: A banda número 1 pra mim, de todos os tempos é Fugazi!

ROCKBREJA: Como aconteceu a sua entrada para a banda?

Juninho: Em 2002 o Gordo fez a operação de redução do estômago, daí a banda ficou parada 1 ano. Na volta eles reformularam a equipe, e entre de roadie de cordas, nessa época o Fralda estava no baixo. Passaram alguns meses e ele decidiu sair, e como eu já estava ali acompanhando a banda direto, me chamaram pra fazer alguns shows, como se fosse um teste, e acabei ficando. Meu primeiro show foi em outubro de 2003, em Londrina.

ratosdeporao Ratos de Porão (Boka, Juninho, João Gordo e Jão). Foto: Divulgação

ROCKBREJA: Como estão os seus projetos paralelos?

Juninho: Além do RDP eu toco com O Inimigo, que é uma banda bastante ativa também, sempre que não tem nada do RDP eu consigo marcar uns shows, gravações, ensaiamos bastante também e nesses últimos anos fizemos turnês fora do país também.

oinimigoO Inimigo. Foto: Divulgação

ROCKBREJA: Entrando no mundo da cerveja, temos então a “Ratos de Porão”, os integrantes da banda tiveram a ideia de escolher o tipo Pilsen para a breja da banda?

Juninho: O Gordo tinha feito a cerveja dele, João Gordo, daí veio a ideia de fazer uma do Ratos, e acho que ele mesmo que escolheu ser Pilsen, mas eu nem bebo, dizem que é boa!

ratospilsen Cerveja Ratos de Porão (Cervejaria Dortmound, Bohemian Pilsener)

ROCKBREJA: Obrigado pela entrevista Juninho, uma mensagem final para os fãs dos Ratos de Porão no RockBreja.

Juninho: Obrigado mesmo pela entrevista, agradeço à todos os fãs que mantém o RDP na ativa, valeu!!!

Links:

http://www.ratosdeporao.org/
https://twitter.com/ratosoficial
https://www.facebook.com/RatosdePoraoOficial

 

Agradecimentos: Costábile Salzano Jr. (The Ultimate Music – PR)

https://theultimatemusic.com/
https://twitter.com/ultimatemusicpr
https://www.facebook.com/UltimateMusicPR?fref=ts

By Henrique Carnevalli

Viciado em música, Pirado na fase psicodélica do Ronnie Von e Corinthiano. Lupúlomaníaco e Beer Sommelier formado no ICB.

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