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André ‘Clandestino’ (Canábicos)

Foto: Susi dos Santos

Chegando em sua edição 46, o RockBreja + Prosa vem com o vocal da banda Canábicos, André ou mais precisamente, o Clandestino.

O músico contou em detalhes sobre a banda, o mais recente álbum, ‘Intenso’, música em Minas Gerais, próximos projetos e claro, a nossa querida cerveja!

A banda também foi presença em nossas análises com o seu último trabalho e figura por aqui no Review.

Confira como foi a nossa conversa! Pegue sua breja e boa leitura!

ROCKBREJA: Clandestino, é um prazer entrevistá-lo e, para quem não conhece a banda Canábicos, conte-nos um pouco sobre a trajetória de 5 discos na bagagem, shows, parcerias e tudo o que achar importante registrar aqui:

Clandestino: Antes de existir Canábicos já existia minha parceira com o Murcego, a gente tocava numa banda chamada “Anil”, e quando esta acabou em 2012, eu e o Murcego estávamos cheios de músicas na fila pra gravar, e resolvemos gravá-las. Era o início da Canábicos, com o disco La Bomba. Após o lançamento, convidamos nossos conterrâneos Tito Rios (baixo), Mestre Mustafá (batera) e MM (guitarra) e começamos a tocar o disco em shows aqui pela região do triângulo mineiro. Nossa estreia se deu na Calourada da UFU, em Uberlândia, num show histórico pra nós. Além do triângulo mineiro (Araguari, Uberlândia e Uberaba), tocamos em São Paulo, Brasília, São João Del Rey (MG), Catalão (GO) dentre outras cidades. Em 2013 gravamos, no 106Studio em Uberaba, com a produção do nosso grande amigo Ricardo Barbosa, o EP “Reféns da Pátria”. Foi nosso “momento político”. Em 2015, no mesmo estúdio, gravamos o disco “Alienígenas”. As coisas estavam andando bem, porém num ritmo um pouco lento pra nós, até que resolvemos nos inscrever no Fun Music, um dos maiores festivais de música do país. O Tito acabou deixando a banda pouco antes de começar o festival. Levamos para substituí-lo nosso grande parceiro araguarino Lucas Roza. A nossa eliminatória regional foi em Uberlândia, junto de mais cinco renomadas bandas mineiras. Confesso que cheguei um pouco desacreditado, pessoal estava um pouco nervoso e tal, pois sabíamos da qualidade das outras bandas e apenas uma se classificaria para a semifinal. A banca julgadora era pesadíssima, Kid Vinil, Carlos Rennó, Sonekka e Juca Novaes. Eu tremi na base. Nem acreditei quando falaram nosso nome como os classificados pra semi. A partir daí foi muita confiança, dois shows memoráveis, em Araras (SP) na semifinal e na final em Leme (SP). Com isso faturamos o Fun Music 2015 e levamos um cheque de 20 mil pra casa. Logo após partimos para a mística Pirenópolis (GO), no lendário Rocklab Studio, do fantástico e premiado produtor Gustavo Vazquez, o “Mestre”, pra iniciarmos a gravação do disco novo, que é o “Intenso”, que acabamos de lançar pela Monstro Discos, a gravadora mais rock’n roll do mundo, que também é responsável pelo famosíssimo Goiânia Noise, a maior festa do rock independente brasileiro, do qual tivemos o imenso prazer de participar agora. Foi um dos nossos maiores shows com certeza.

ROCKBREJA: O que você mais gosta e o que menos gosta (e faria diferente!) no disco Intenso?

Clandestino: O que eu mais gosto no Intenso é essa pegada mais hard rock que acabamos adotando, ele é bastante energético. Gosto muito também da sequência das músicas durante o disco. O que eu menos gosto é a lembrança de uma “bad trip” que eu tive durante o último dia de gravação, que me traumatizou bastante e me afastou de certas “substâncias ilícitas” por um bom tempo.

ROCKBREJA: De certa forma temos alguns exemplos do nome da banda dificultar que a mesma siga seu fluxo normal de sucesso com gravadoras, shows, apresentações, patrocinadores, etc (Camisa de Vênus, Planet Hemp, etc.). Em algum momento na trajetória da banda o nome Canábicos foi problema de alguma forma?

Clandestino: Com certeza o nosso nome não é dos mais “comerciais”, e num país careta e hipócrita como o nosso, certamente isso fechou algumas portas. Mas sempre estivemos cientes disso, e nossa intenção com esse nome era realmente a de provocar essas pessoas. Queríamos um nome revolucionário, impactante, difícil de esquecer, que fizesse as pessoas pensarem a respeito, e apesar de fechar algumas portas, acho que conseguimos o que queríamos com esse nome. Também nessa época eu me lembro de tomar uma decisão: antes eu fazia letras com ideias subentendidas, bastante metaforizadas, que muitas vezes escondiam os verdadeiros temas das músicas, e foi então que decidi ser totalmente direto nas minhas composições, deixando claro o que eu queria dizer, e também foi assim com a escolha desse nome.

ROCKBREJA: Em algum momento vocês precisaram substituir o guitarrista e parceiro Murcego, devido ele também ser guitarrista do Uganga? Em algum momento as agendas se confrontaram?

Clandestino: Esse é um tema bastante delicado, porque pra nós seria realmente muito difícil tocar sem ele e conseguir manter a consistência e energia do nosso som. Em outras palavras, não dá! Porém, felizmente, esse choque de agendas ainda não ocorreu, para a nossa alegria!

Canábicos / Foto: Susi dos Santos

ROCKBREJA: Como está o cenário como um todo de Minas Gerais para as bandas? Casa de shows, apresentações, etc.

Clandestino: As casas hoje são menores, os famosos “inferninhos”. É onde rola o rock’n roll atualmente no Brasil, e Minas não é diferente. Com exceção dos festivais e eventos com incentivo do poder público, são essas casas menores as que ainda abrem espaço para as bandas autorais. Mesmo assim não é fácil superar a barreira do “cover”, que limita muito a entrada do som autoral nas noites mineiras.

ROCKBREJA: Quais bandas de Minas Gerais você poderia citar aqui como banda revelação ou que simplesmente você gosta do som e que merecem atenção especial? (Fora a banda Canábicos, naturalmente!)

Clandestino: Como revelação eu poderia citar as mineiras Chula Rock Band, Cachalote Fuzz, Treze Provisório, Multus, Black Pantera, Maria Augusta. Como revelações a nível nacional, eu citaria The Outs, Almirante Shiva, Tagore, Hammerhead Blues, Sheena Ye. Essas pra mim são as revelações do rock independente brasileiro.

ROCKBREJA: O que podemos esperar (e que você possa nos adiantar) sobre o sucessor de Intenso? Ouvimos dizer que já tem disco praticamente pronto?

Clandestino: Estamos trabalhando no novo disco, que já conta com três músicas gravadas em estúdio, com o “Mestre” Vazquez. Estamos pensando em mesclar nesse novo trabalho versões de músicas gravadas em estúdio e algumas músicas gravadas ao vivo, captadas do nosso show no ano passado na Caravana do Rock, o que vai ser o diferencial desse novo trabalho.

ROCKBREJA: No mundo cervejeiro, conte sua experiência em conhecer cervejas artesanais fora das mainstream (Skol, Brahma…):

Clandestino: Cervejas artesanais estão em altíssima, e eu curto muito, principalmente as que meus amigos fazem. É uma parada muito interessante e que vem crescendo muito, ofuscando cada vez mais as cervejas tradicionais. Primeiro que geralmente não levam milho, e outro fator bastante interessante é que você pode criar, testar, experimentar novas receitas e ingredientes, é demais!

ROCKBREJA: Uma cerveja que você degustou, gostou e recomenda ao nosso site:

Clandestino: Cara, eu curti e recomendo uma cerveja feita por um grande amigo de Fernandópolis (SP), chamada “Madafoquer”.

ROCKBREJA: ROCK + BREJA, o que faz pensar nessa combinação?

Clandestino: Rock e Breja é a combinação perfeita! Cerva na verdade combina com tudo, mas com o bom e velho rock’n roll… é como o arroz e o feijão, combinação perfeita!

ROCKBREJA: Uma mensagem final aos fãs da banda em nosso site:

Clandestino:  Curtam bastante o Intenso, mas também podem se preparar para o nosso novo disco porque estamos nos esforçando muito pra que seja o ponto alto da nossa carreira até aqui! É Noise!

Links:
http://www.canabicos.com.br
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https://www.instagram.com/canabicos
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http://www.monstrodiscos.com.br

 

Contribuição para a entrevista: Alex Silva e Henrique Carnevalli

Agradecimentos: Susi dos Santos (Som do Darma)

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