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Cervejaria Nacional lança a sazonal Musas do Verão – GARRAFADA DA JUREMA

Foto: Divulgação

Na edição 12º do Projeto Musas do Verão da cervejaria Nacional, o rótulo sazonal de 2024 será o Garrafada da Jurema. As convidadas deste ano são Aline Smaniotto e Bia Amorim, sommeliers do mercado cervejeiro.

O PROJETO MUSAS

As mulheres sempre foram alvo de discriminação, preconceito e objetificação no meio cervejeiro. Com o objetivo de valorizar e reconhecer sua importância para esse mercado, a Cervejaria Nacional criou o projeto Musas do Verão. Desde 2012, convida mulheres de relevância para produzir uma receita sazonal no Mês de Março, em celebração ao Mês da Mulher.

O TEMA DO MUSAS 2024

O mercado cervejeiro contemporâneo tem trazido muitos debates à mesa. E a maternidade poucas vezes é parte desta discussão. Pensando nisso, o convite deste ano foi para olhar a maternidade de uma perspectiva diferente. Como narrar o maternar no mercado contemporâneo?

Encontramos um olhar para contá-lo como uma dança, ritmada, de atenção e escuta, de respeitar limites, de saberes, de desaprenderes, de curas e potências, de sabores. Bruxas ou curandeiras, nos ajudam a contar esse movimento, desses saberes ancestrais que nos foram retirados por serem desafiadores da estrutura social.

Assim, resgatar saberes potentes: aquele gostinho de receita de vó, a erva de banho da mãe, o cheiro e o gosto da ritualística do cuidado. Como traduzir ancestralidade, potência, bebida e brasilidade num mesmo copo?

Toda essa conversa complexa, contraditória, e um tanto cheia de “amargores”, nos remeteu as garrafadas, das benzedeiras, raizeiros, curandeiras e curadores.

“Dantas et al. consideram as garrafadas como soluções constituídas basicamente por dois componentes distintos, o solvente e os solutos. O solvente utilizado é geralmente vinho, cachaça, água, mel ou ‘Água Rabelo’; e o soluto, uma combinação de plantas medicinais, podendo ser também acrescentados elementos de origem animal ou mineral. As partes de vegetais podem ser cascas, frutos, folhas, raízes ou flores, secas ou frescas.”

Trazendo então para a bebida cerveja, reconhecida em muitos estilos pelo amargor, pelas notas herbais e terrosas, provenientes de ingredientes clássicos das escolas européias, chamamos cascas, raízes e flores de uso em garrafadas, para nos trazer esses sabores.

Como nos convida Néli Pereira em seu livro da Botica ao Boteco: “A intenção é ressignificá-los para que, ao serem atribuídos de mais um fim – medicinal, ritualístico, mas também porque carregam um valor ainda bastante desconhecido: o gosto. “Dentre os ingredientes que escolhemos, a Jurema foi a homenageada no nome, por
carregar em seus sentidos todas as discussões propostas:

“Isto tudo porque, apesar das muitas diferenças de linguagem, abordagem e origem social, existem e coexistem paradigmas sociais centrados na jurema que são semelhantes por terem sido criados ou recriados pelas mesmas raízes ancestrais da sociedade brasileira, com todas suas contradições e paradoxos, demonstrando que os atores sociais atravessam os mesmos caminhos em busca de suas identidades étnicas e nacionais, de seu pensar sobre a vida e o mundo.” (Clarice N. Mota)

“A jurema, portanto, é mais do que uma planta: é representação, divindade, mulher, vinho. Assim sendo, todo um conjunto de crenças se lhe encontra associado. As plantas denominadas jurema ocupam, com efeito, um papel destacado na flora nordestina pela referência mágico-religiosa. No passado, foi condenada pelo colonizador europeu por ser considerada um perigoso ingrediente do qual se fabricava filtros demoníacos. Atualmente aparece na memória coletiva como a planta mágica capaz de conduzir o ser humano a experiências transcendentais que seriam, no entender dos não-iniciados aos cultos da jurema, como inimagináveis.” (Ulysses P. Albuquerque)

Por um Brasil de Juremas, de sabedorias que tem nome, tem gosto, tem mulheres e que permitam suas existências em todas as suas complexidades e potências.

DEGUSTAÇÃO DE “GARRAFADA”

O estilo da cerveja é uma Amber Ale, mas com um pouco de licença poética, liberdade e levedura brasileira, chamaremos de Urucum Nacional Ale. Tem 5,7% e na receita adicionamos vários elementos que são parte da cultura das garrafadas brasileiras. A cerveja tem coloração avermelhada e sua base de maltes trazem notas de caramelo e toffee, o amargor do lúpulo é baixo, mas as ervas e cascas também vão trazer uma nota de amargor e complexidade. A nota terrosa, assim como a cor, vem do Urucum. Terroir e ternura no gole. Para decidir os sabores que estariam na receita, foi feito o que chamamos de “degustação de bancada” quando usamos uma cerveja de estilo base parecido e adicionamos aos poucos os extratos aos copos, provando cada uma e depois os sabores juntos.

AS CONVIDADAS DO ANO

Aline Smaniotto: Mãe da Nina, 3 anos. Sommelière de cervejas, formada em Antropologia. Organizadora da Semana Selvagem.

Bia Amorim: Mãe do Matheus, 18 anos. Sommelière de cervejas, formada em Hotelaria. Organizadora da Semana Selvagem.

NOME DA CERVEJA: Garrafada da Jurema
TIPO DA CERVEJA: Urucum Nacional Ale – Base da Amber Ale com insumos nacionais
LITRAGEM: 500L
INGREDIENTES: Jurema, Barba timão, Pau-de-ferro, Catuaba, Aroeira, Lírio-do-brejo,
Cumaru e Urucum
CARACTERÍSTICAS: Cor 10 SRM – Álcool 5,2% ABV – Amargor 30 IBU
HARMONIZAÇÃO:
Entrada – Dadinho de Tapioca
Principal – Baião de Dois
Sobremesa – Bolo de Banana Caramelizada
AROMAS: Sua base de maltes trazem notas de caramelo e toffee, o amargor do lúpulo é
baixo, mas as ervas e cascas também vão trazer uma nota terrosa de amargor e
complexidade.
COLORAÇÃO: Vermelho terroso advindo do urucum

DELIVERY E ON TAP? Sim.
PREÇOS:
Ifood e Rappi: R$52,00 (1 litro)
Delivery Direto: R$42,00 (1 litro)
Varejo: R$22,00 (Chope 330ml) R$28,00 (Chope 570ml)

Fonte: Cervejaria Nacional

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