Violões e vocais guturais! Essa é a receita minimalista, porém ousada, de “Olhos Vermelhos”, o primeiro disco acústico de death metal da história que o Psychotic Eyes lança ainda no primeiro semestre de 2017.
“Olhos Vermelhos” já está todo gravado e segue em processo de mixagem no estúdio HBC Records em Guarulhos/SP sob produção de Humberto Belozupko. O trabalho reunirá duas faixas inéditas, “Memento Mori” e “Olhos Vermelhos” – baseado num poema de Luiz Carlos Barata Cichetto. Também farão parte do álbum, em novos arranjos, “The Hand of Fate” – música presente no álbum de estreia – além de “Life” e “Dying Grief”, ambas de “I Only Smile Behind The Mask” (2011).
Se gravar um disco acústico de death metal já não fosse subversivo demais para a ala dos conservadores da comunidade metal, o que dizer sobre a capa de “Olhos Vermelhos”, uma obra assinada pela artista plástica gaúcha Nua Estrela.
“Conheci o trabalho da Nua Estrela no mesmo dia em que fizemos o primeiro show acústico de death metal da história”, conta o vocalista e guitarrista/violonista, Dimitri Brandi. “Era o evento de lançamento da revista “Gatos & Alfaces”, que vinha acompanhada de um CD chamado “Ainda Respira”, que trazia bandas que mostravam que o rock brasileiro ainda estava vivo. O Psychotic Eyes era uma delas, aparecíamos na coletânea com a faixa “Life”. O organizador do evento e editor da revista era o Barata Chichetto, poeta com quem temos uma amizade e admiração de longa data. Ele armou um evento sensacional, que misturava música, poesia, literatura e artes plásticas. Havia uma exposição de trabalhos da Nua Estrela, que me chamaram muita atenção. Depois reparei que a capa da revista também era dela. O trabalho impressionava pela agressividade e sensualidade das imagens, sempre retratando o corpo feminino de uma maneira muito real e particular. Algo que realmente emociona. Vi o trabalho dela no Facebook e deparei com a arte que vai ilustrar nosso EP “Olhos Vermelhos”. Era perfeita, parecia que tinha sido feita pensando na música, que aliás tem letra do Barata, em português. Entrei em contato com ela e perguntei se ela gostaria e poderia ceder a imagem para ser capa do disco. Ela adorou a ideia, nunca tinha trabalhado com uma banda antes.”
A capa de “Olhos Vermelhos”, enquanto pintura, é uma retórica muda. Ela transmite aos olhos do observador tudo o que o Psychotic Eyes se propõe com esse trabalho. De forma que sua concepção original será mantida, o Psychotic Eyes não incluiu logotipo e nem título do trabalho na imagem. Além de preservar a subjetividade e concepção original da obra de Nua Estrela, “Olhos Vermelhos”, enquanto obra de arte, passa a ser uma “unidade pluralista”, ao colocar em diálogo a música extrema e as artes plástica. Não obstante, a ausência de um logotipo evita a mercantilização de uma obra de arte.
“Eu achei sensacional usar, como capa de um disco, um quadro que não foi pintado com essa finalidade”, acrescenta Dimitri. “A imagem fala por si, mas não tem nada a ver com capas de discos de rock. Ao meu ver, tanto a pintura como todo essa ideia e concepção, representa algo diferente, inusitado e inovador.”
Datas de lançamento, formatos e plataformas de distribuição de “Olhos Vermelhos” serão divulgados em breve.
Um vídeo com trecho das gravações de “Olhos Vermelhos” já havia sido divulgado pelo grupo:
https://youtu.be/V-6xJIGFA8M
Fonte: Som do Darma